Agência Efe
O primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen, escapou ileso nesta segunda-feira (22/10) de um suposto ataque com faca planejado por um homem.
Katainen fazia campanha eleitoral na cidade de Turku, no oeste do país, quando um homem se aproximou dele segurando uma faca, de acordo com o porta-voz do governo Kari Mokko.
“O homem foi parado antes de conseguir chegar perto do primeiro-ministro. Ele não teve tempo para apunhalá-lo”, relatou o porta-voz.
O fotojornalista Robert Seger, que testemunhou o incidente, deu uma versão diferente da do governo. Segundo ele, o homem caiu de joelhos na frente do premiê com a faca na mão, mas não tentou atacá-lo. “Ele estava tentando chamar a atenção de Katainen”.
Os guardas da segurança do premiê contiveram o homem, o algemaram e o levaram para um centro de detenção próximo. Segundo o chefe da segurança do premiê, “foi prevenida uma situação que poderia ter se tornado perigosa”.
Katainen, que é presidente do Partido da Coalizão Nacional, estava fazendo campanha para as eleições municipais, marcadas para o próximo domingo (28).
Antecedentes
Apesar de serem conhecidos como tranqüilos e seguros, os países nórdicos tem um histórico recente de tentativas de assassinato de seus chefes de governo.
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Em 1986, o premiê sueco Olof Palme foi morto em 1986 por um assassino desconhecido quando voltava a pé do cinema para sua casa em companhia da esposa, que ficou ferida. Dezessete anos depois, em 2003, a chanceler Anna Lindh, apontada como escolha natural para ser a próxima premiê, foi morta por uma punhalada a faca por Mijailo Mijailovic, um sueco de origem croata que foi diagnosticado com problemas mentais. No momento do crime, ela passeava em um shopping center em Estocolmo.
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1986: Crianças colocam flores no local onde Palme foi morto; assassinato chocou a Suécia
Uma coincidência nesses dois casos é que tanto Palme quanto Lindh evitavam andar acompanhados de seguranças quando não estavam cumprindo suas funções no governo (como foi o caso os dois crimes), atitude até então considerada comum entre os políticos na região. Ambos justificavam essa atitude por considerarem que era importante para os representantes políticos terem um cotidiano normal e usufruírem de um contato mais próximo com a população. Para eles, a companhia de seguranças seria inibidora e representaria um “retrocesso democrático”.
Depois de morte de Lindh, em 2003, essa concepção mudou. Mas nenhum desses três casos se comparou à tentativa de assassinato do ex-premiê da Noruega Gro Harlem Bruntland escapou de um ataque a bomba no prédio do Parlamento. O ataque foi organizado pelo ultradireitista Anders Behring Breivik, em 2011, ocasião em que sete pessoas morreram. Bruntland já havia deixado o local. Horas depois, ele invadiria um acampamento da juventude social-democrata na ilha Utoya e assassinaria 69 adolescentes.