A morte do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, ocorrida às 21h55 desta quarta-feira (05/12) no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, teve grande repercussão nos principais meios de comunicação mundiais. Lembrado pelas obras que deixou em mais de 20 países e quatro continentes, foi classificado como um dos principais nomes da arquitetura e também lembrado por seu engajamento como humanista e comunista.
França
A versão eletrônica do jornal francês Le Monde chegou a colocar morte do arquiteto como destaque principal, estampando manchetes como “Longe das teorias, as curvas linhas e elegantes de Niemeyer” e “A Arquitetura da Sensualidade”. Segundo o jornal, o brasileiro foi um dos pais da arquitetura moderna, e lembrou algumas de suas obras na França, como a sede do PCF (Partido Comunista Francês).
Reprodução – Edicçaoeletrônica do Humanité
O também francês L'Humanité, cuja sede em Paris foi construída por Niemeyer na década de 1980, disse que o arquiteto teve um papel fundamental “na construção das bases estéticas século XX”: “Um homem extraordinário, que soube aliar o gesto criativo ao engajamento comunista”, e relembra sua relação com o país, onde morou exilado de 1966 até o início da década de 1980, na entrevista intitulada “Eu amei a França”, realizada em 2007.
Itália
O jornal italiano Corriere della Sera classificou Niemeyer como “pioneiro no uso do cimento armado” e “pai de Brasília” no artigo “Adeus, Niemeyer, mestre do Século XX”.
Reino Unido
O Financial Times lembrou que Niemeyer era comunista e ressaltou sua síntese sobre a vida: “A vida é um suspiro, um minuto. Nós nascemos, nós morremos”.
Reprodução – The Guardian
No Reino Unido, o obituário do Guardian afirma que sua exploração das formas livres foi maior até que a de seu mestre, o suíço Le Corbusier, e destacou que ele foi o responsável por mudar o estilo da arquitetura do século XX..
A rede britânica BBC diz que Niemeyer projetou alguns dos mais belos prédios modernistas do século XX. Seu trabalho, destacando a sede da ONU, em Nova York.
Península Ibérica
Em Portugal, o site do jornal Público, de Lisboa, informa que morreu “o último grande arquiteto do século XX”. Já o site do Diário de Notícias lembra que Niemeyer era “o mais importante arquiteto brasileiro” e “também um dos nomes mais influentes da arquitetura moderna em nível mundial”.
O jornal espanhol El País também deu muito destaque para a morte do arquiteto: “Morre Niemeyer, o poeta da curva”, o classificando como “o último sobrevivente dos grandes mestres da arquitetura do século XX”. “Niemeyer, o homem centenário que nuca claudicou, o comunista irredutível, manteve sua atividade até os últimos dias”.
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Já o El Mundo disse que morreu “o último símbolo do século XX”: “A todos nos vêm à cabeça o centenário arquiteto dos últimos anos enrugado e recolhido em sua cadeira mas que, incrivelmente, ainda estava ativo. Depois, aparecem as formas de suas construções: abertas, nítidas, audazes, brancas, otimistas…”
Reprodução – El Mundo
Américas
O site oficial cubano Cubadebate lembrou que ele foi um militante ateu e comunista até o fim de seus dias e destacou um comentário do líder cubano Fidel Castro durante uma visita ao seu ateliê, no Rio, em 1995: “Só restaram dois comunistas no mundo, Oscar e eu”, brincou Fidel na ocasião. Também destacou que Niemeyer “sempre foi um grande amigo de Cuba, e manteve uma relação especial” com Fidel.
Nos Estados Unidos, o New York Times chamou o arquiteto de precursor de uma nova geração que deu vazão à sensualidade e capturou a imaginação de gerações de arquitetos ao redor do mundo. “Sua curvilínea, lírica e formas hedonistas ajudaram a moldar uma arquitetura nacional distinta nacional e uma identidade moderna para o Brasil que rompeu com seu passado colonial e barroco. No entanto, sua influência se estendeu muito além do seu país. Mesmo suas obras menores eram um contraponto às noções redutoras da arquitectura modernista como suavemente funcional”, diz o obituário.
O Washington Post classificou Niemeyer de o “mais famoso arquiteto da América Latina”, e que o projeto de Brasília, nos anos 1950, “alçou-o à atenção internacional e o definiu como uma das mentes criativas mais distintas de sua profissão”.
O Wall Street Journal afirmou que Niemeyer foi “um dos mais importantes arquitetos do século XX”, “misturando modernismo com a sensibilidade tropical de seu Brasil nativo”.
Reprodução – La Jornada
O mexicano La Jornada o classificou como “figura central da arquitetura moderna”, destacando uma de suas frases mais famosas, a de como gostaria de ser lembrado: “Oscar Niemeyer, brasileiro, arquiteto. Viveu entre amigos e acreditou no futuro”.
O jornal argentino Clarín afirma que Niemeyer foi “um homem que sempre se deixou levar por suas ideias e suas convicções, um criador que há tempo já tinha assegurado seu lugar no mítico panteão dos maiores arquitetos da história da humanidade”.
O também argentino La Nación também destacou a morte e afirmou que “o Brasil e o mundo da arquitetura estão de luto”.
Oriente
A Xinhua, agência estatal de notícias da China, publicou uma reportagem longa compilando várias informações sobre o arquiteto.
A emissora Al Jazeera, definiu Niemeyer como o “arquiteto futurista” e lembrou seu legado com mais de 400 obras espalhadas pelo mundo.
Relato da rede Al Jazeera sobre a morte de Niemeyer