A preocupação em torno do retorno do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Cuba para iniciar a quarta intervenção cirúrgica contra o câncer também provocou um série de manifestações de apoio por parte dos principais líderes latino-americanos.
Chávez, desde que assumiu a Presidência do país em 1999, desempenha um papel central no fortalecimento econômico e político da América Latina. O eixo de sua política sempre foi a integração regional e, através de sua iniciativa foram possíveis a criação de órgãos como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), a Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América) e a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Ele é também uma das principais figuras das forças políticas progressistas do continente, tendo inspirado as agendas de governos de muitos países vizinhos, como Bolívia e Equador.
Agência Efe (10/12/12)
O presidente Rafael Correa, chega a Havana para se solidarizar com Hugo Chávez
E foi o presidente equatoriano Rafael Correa quem até agora, demonstrou maior solidariedade com o líder venezuelano, chegando a visita-lo em Havana para prestar solidariedade. “Viemos dar-lhe um abraço em nome do povo equatoriano. Acho que é o homem da grande pátria. Não está sozinho nesta luta”, afirmou Correa à imprensa local no Aeroporto Internacional de Havana, sempre referindo-se a Chávez como “um grande amigo” e “presidente histórico”.
Em sua chegada, Correa deixou bem claro que viajou à ilha “obviamente por solidariedade”, já que Hugo Chávez “é um colega latino-americano” e “enfrenta um grave problema de saúde”.
Outro aliado que se manifestou calorosamente foi o presidente boliviano Evo Morales: “Em nome do povo boliviano, queremos expressar nossa solidariedade, nossa admiração, nosso respeito e carinho ao presidente irmão. Estamos e estaremos sempre, presidente e povo venezuelano, com vocês”, afirmou Morales em Barcelona, onde está em visita oficial. “Hugo Chávez venceu tantas batalhas, batalhas ideológicas, econômicas, eleitorais e também venceu a primeira parte de sua batalha pela vida. Essa é uma nova batalha pela vida e será também vencida, como tantas vezes”, afirmou.
Nas últimas horas, o presidente recebeu nas últimas horas diversas mensagens de apoio de presidentes como a aliada argentina Cristina Kirchner, e até de líderes países que não estão alinhados com a Venezuela, como o chileno Sebastián Piñera e o colombiano Juan Manuel Santos.
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Cristina Kirchner, disse no domingo que reza pela recuperação do “querido amigo e companheiro” Hugo Chávez, presidente da Venezuela. “Quero pedir a Deus por um querido amigo e companheiro que ajudou a Argentina quando ninguém nos ajudava”, disse Cristina.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, escreveu em sua conta no Twitter: “Frente à recaída da doença do presidente @chavezcandanga, lhe desejo muita fé, força (..) Convoco uma cadeia de oração na América Latina para pedir sua recuperação”, disse, completando “Fé e força, @chavezcandanga. O senhor é a alma e a esperança dos povos oprimidos da América”.
Nesta segunda-feira, Juan Manuel Santos, disse pela manhã que “se solidariza com Chávez nesse momentos difíceis” e desejou melhoras ao líder. Santos reiterou ainda no domingo, antes do anúncio de Chávez, que as relações entre Colômbia e Venezuela “melhoram todos os dias” – ao contrário de seu antecessor, Álvaro Uribe, com quem o venezuelano cansou de trocar farpas e acusações.
Em Havana, o líder da equipe de negociação pela paz das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Iván Márquez, prestou solidariedade ao mandatário venezuelano “nesta encruzilhada de sua vida”. “Fazemos votos pela rápida recuperação do comandante bolivariano. Saúde e vida longa ao presidente Chávez”, afirmou o guerrilheiro. A participação de Chávez foi considerada fundamental para o início do diálogo entre as FARC e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Agência Efe (10/12/12)
Presidente cubano Raúl Castro recebe colega Hugo Chávez
Além deles, o governo do México e o presidente deposto do Paraguai, Fernando Lugo, também se manifestaram. Em comunicado, o recém-empossado presidente mexicano Enrique Peña Nieto Nieto “manifesta os melhores desejos pelo êxito da operação, assim como a plena recuperação” de Chávez.
Lugo, que também já enfrentou uma batalha contra o câncer, voltou de São Paulo na véspera, e declarou que deseja a pronta e total recuperação de Chávez e queria lhe expressar a “mais firme solidariedade”. Sobre seu exame, o ex-presidente afirmou que os exames mostram que não foi detectado qualquer indício da doença.
O presidente cubano, Raúl Castro, que recepcionou Chávez mais cedo no aeroporto internacional de Havana, ao lado do chanceler Bruno Rodriguez. Será a quarta vez que o governante venezuelano entrará na sala de cirurgia em Havana, onde recebeu a maior parte de seu tratamento contra o câncer, incluídas as sessões de quimioterapia e radioterapia.
Surpreende até agora o silêncio da presidente brasileira Dilma Rousseff, atualmente em Paris para conversas com o presidente François Hollande.