Em 19 de janeiro de 1966, Indira Gandhi toma posse como primeira-ministra da Índia. A líder política indiana, filha de Jawaharlal Nehru, serviu como assessora de seu pai, que foi primeiro-ministro de 1947 a 1964, e também como ministra da Informação no governo de Shri Lal Bahadur Shastri (1964–66). Com a morte de Shastri, ela assume a chefia do governo da chamada “maior democracia do mundo”.
O primeiro governo de Indira foi marcado por um controle pessoal cada vez maior sobre o partido Congresso Nacional Indiano, o que levou a uma cisão partidária. Sua facção, Novo Congresso, venceu de lavada as eleições de 1971 e 1972. Na política externa, Indira saiu vitoriosa quando a Índia derrotou o Paquistão na guerra de 1971, que resultou na criação do Estado de Bangladesh.
Considerada culpada em junho de 1975 por práticas ilegais durante a campanha eleitoral de 1971, recusou-se a renunciar, decretando ao mesmo tempo o estado de emergência no país. Em seguida, mandou prender opositores e impôs censura à imprensa. Em novembro, a Suprema Corte da Índia rejeitou a acusação que pesava contra ela. Em 1977, sua facção perdeu as eleições parlamentares e Indira não conseguiu se reeleger.
No entanto, três anos depois voltou ao cargo de primeiro-ministro, desta vez como líder do Partido do Congresso e não só da facção.
Os anos de seu segundo mandato ficaram marcados por um rompimento grave nas relações entre os hindus e sikhs – membros de uma das religiões mais importantes da Índia. Alarmados com o aumento de popularidade de um líder missionário sikh, Sant Jarnail Singh Bhindranwale, no Punjab, área de grande produção agrícola, os governistas se inquietaram com sua proclamação de que os sikhs constituíam uma comunidade soberana que deveria se governar independentemente.
Temendo o apoio do vizinho Paquistão ao movimento, em junho de 1984 Indira ordenou um ataque militar ao santuário sagrado do Templo de Ouro, em Amristar, o mais importante para os sikhs. Indira acusou Sant Jarnail Singh de transformar o templo em esconderijo de armas e deu ordem ao exército para invadi-lo. Houve resistência, que resultou em 83 soldados e 493 sikhs mortos, além de centenas de feridos.
Os sikhs indignaram-se com o episódio, que teve consequências dramáticas. Em 31 de outubro de 1984, Indira Gandhi foi assassinada por seus dois guarda-costas sikhs, Beant Singh e Satwant Singh. Beant morreu durante a ação e Satwant foi executado na forca em 1988.Seu filho, Rajiv Gandhi, sucedeu-a no cargo.
Em Nova Délhi, irromperam motins em que mais de 2 mil sikhs inocentes morreram. Indira parece ter tido uma premonição de sua morte, pois naquela mesma noite, num discurso, dissera: “Não me importa se eu perder a vida a serviço da nação. Se eu morrer hoje, cada gota de meu sangue revigorará a nação”.
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