Na véspera do final do prazo para evitar o chamado abismo fiscal, aplicação automática de alta generalizada de impostos e cortes nos gastos públicos, representantes dos dois principais partidos dos Estados Unidos demonstraram discordâncias sobre as negociações em andamento.
O senador republicano Lindsey Graham afirmou neste domingo (30/12) que as chances para um acordo nas próximas 48 horas eram “extremamente boas”.
“Eu acredito que as pessoas não querem cair no abismo”, disse Graham, ao Fox News Sunday. O senador relacionou o eventual pacto com a aceitação de maiores impostos para os ricos, proposta do presidente Barack Obama que é refutada pelo Partido Republicano.
O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, afirmou na tarde de hoje que seu partido já havia entregue uma proposta final na noite de sábado e que aguardava a resposta democrata.
O representante do partido de Obama, Harry Reid, por sua vez, disse que os democratas não fariam uma nova proposta. O jornal The New York Times chegou a publicar que as conversar entre os partidos estavam interrompidas e que McConnel ligou para o vice-presidente, Joe Biden, para tentar retomar o diálogo.
Críticas de Obama
Mais cedo, Obama criticou os líderes do Partido Republicano por dificultarem as negociações fiscais para redução do deficit norte-americano.
“Eles dizem que sua prioridade é tentar tratar seriamente o deficit, mas a maneira como se comportam parece demonstrar que sua única prioridade é fazer com que as vantagens fiscais dos norte-americanos mais ricos sejam protegidas”, afirmou Obama ao canal NBC.
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As declarações do presidente, que, na sexta-feira, havia demonstrado um “otimismo moderado”, indicam que o acordo ainda não está próximo.
No dia 1° de janeiro de 2013, será encerrado o prazo de validade de uma série incentivos fiscais, subsídios e estímulos à economia dos Estados Unidos originários do Tesouro e acordados durante a administração de George W. Bush (2000-2008). Sob o pacto, os cidadãos norte-americanos pagam menos impostos.
Com a expiração deste acordo e a falta de resolução entre os grupos políticos, a Casa Branca terá de cortar cerca de US$ 607 bilhões em seu orçamento. Segundo cálculos de economistas, mais de US$550 bilhões serão retirados de circulação e cada norte-americano irá pagar US$3,5 mil mais de impostos por ano.