O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou nesta quarta-feira (09/01), que a vontade popular deverá ser o principal fator a ser levado em conta a respeito da ausência do presidente Hugo Chávez na Venezuela. Em entrevista à televisão uruguaia TNU, ele disse afirmou que caberá à população venezuelana encontrar uma solução institucional.
“Do ponto de vista da decisão popular, creio que não há dúvida. È através dela que, institucionalmente, deve ser encontrada uma saída. Não podemos julgar a evolução da grave doença sofrida por Chávez”.
Chávez está em Havana, onde se recupera de uma operação realizada em 11 de dezembro contra um câncer na região pélvica. Reeleito para um quarto mandato em outubro, sua posse estava prevista para esta quinta-feira (10). A Assembleia Nacional venezuelana e o Tribunal Supremo de Justiça local adiaram a formalidade para quando Chávez retornar de Cuba. O novo período constitucional, no entanto, será iniciado.
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Sobre o clima político em Caracas, o presidente ressaltou a importância da estabilidade política par a América Latina e a Venezuela. “Os moradores mais próximos ao Caribe tem um temperamento um pouco mais falador e passional do que os que moram mais próximos ao Rio da Prata. Porém, um povo que realiza eleições a cada quatro meses me faz resistir a crer que não encontre uma solução institucional. Isso significa se basear nas decisões tomadas pelas pessoas”.
Mujica chegou na tarde desta quarta em Caracas, onde foi recebido pelo vice-presidente Nicolás Maduro. Ele participará, ao lado de seu colega boliviano Evo Morales, de um ato em apoio a Chávez.
Antes de partir, explicou as as razões de sua viagem: “Como membro do Mercosul [bloco em que o Uruguai ocupa a Presidência temporária], temos de dar todo apoio possível para que a solução em momentos de tensão seja a menos penosa para o futuro do povo venezuelano. Cremos que assim será, porque nos últimos anos, uma característica clara na Venezuela foi sua tradição eleitoral: a cada três meses o país tem uma eleição para uma coisa ou para outra”, disse.