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No aniversário da revolução egípcia, manifestantes tentam resistir à chegada de forças de segurança na cidade de Alexandria
O segundo aniversário do levante que tirou do poder o presidente Hosni Mubarak, no Egito, foi marcado por violência nesta sexta-feira (25/01). Em todo o país, ativistas de oposição realizaram protestos em massa pedindo mais reformas políticas e econômicas e em repúdio ao governo de Mohamed Mursi.
Segundo o último balanço de feridos do Ministério da Saúde, até as 18h30 locais (14h30 de Brasília) pelo menos 119 pessoas ficaram feridas e tiveram que ser internadas em hospitais de todo o país.
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Na emblemática praça Tahrir, milhares de manifestantes de diversas correntes políticas cantaram e usaram palavras de ordem contra o que consideram o domínio da Irmandade Muçulmana no cenário político egípcio. As manifestações, convocadas por grupos opositores como a Frente de Salvação Nacional, aconteceram em frente ao Palácio Presidencial e nas principais praças do país.
A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes opositores. Uma TV local mostrou imagens de choques em frente ao Ministério do Interior. Em Ismailia, manifestantes atearam fogo à sede do partido Irmandade Muçulmana e também foram registrados confrontos em Alexandria e Suez.
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Imagem aérea da emblemática Praça Tahrir, no Cairo, onde revolta popular contra Hosni Mubarak começou em janeiro de 2011
O farmacêutico Mohammed Fahmi, usando uma camisa com as cores da bandeira egípcia, afirmou à Agência Efe que foi à praça Tahrir para “lembrar ao regime os direitos dos mártires e dos vivos”, em alusão aos mortos na revolução. “Queremos uma vida digna e garantias de trabalho para nós e nossos filhos, e para quem ainda não encontrou o que comer”, acrescentou Fahmi.
Os manifestantes acusam a Irmandade de “roubar” a revolução, de promover o mal no país e de tentar se apossar da cena política. “A Irmandade Muçulmana monopolizou tudo”, disse à Efe a manifestante Karima Ahmed. “Passaram-se sete meses (do início do governo da Irmandade Muçulmana) e não vi nada: nem pão, nem liberdade, nem justiça social. O antigo regime nos roubou, mas vivíamos bem”, continuou.
* Com informações da Agência Efe e da BBC Brasil