Pelo menos 30 pessoas foram mortas – entre elas, dois policiais – e mais de 200 ficaram feridas neste sábado (26/01) durante conflitos violentos do lado de fora do presídio principal da cidade de Port Said, no Egito. Oficiais da segurança do país afirmaram que o Exército está sendo deslocado para a cidade litorânea a fim de conter a violência.
Efe
Torcedores do Al-Ahly celebram sentença do tribunal de Port Said que condenou 21 pessoas à morte por massacre em fevereiro
“Decidimos posicionar algumas unidades para levar calma, estabilidade e proteção aos estabelecimentos públicos”, afirmou o general Ahmed Wasfi em nota divulgada pela agência oficial de notícias Mena.
Parentes dos presos enfrentaram a polícia logo após a Justiça ter anunciado a condenação à morte de 21 pessoas envolvidas em distúrbios violentos no estádio da cidade, em 1º de fevereiro do ano passado. A pancadaria entre torcedores dos times Al-Masry, de Port Said, e Al-Ahly, do Cairo, deixou um saldo de 74 mortos.
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Os familiares tentavam invadir a carceragem e libertar os 73 acusados pelos crimes. Os 52 que ainda não foram julgados devem receber a sentença do dia 9 de março. Durante os enfrentamentos neste sábado, policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão. O tumulto provocou a morte de vários manfestantes, dois policiais foram mortos a tiros.
Aniversário
Os confrontos ocorreram um dia após o segundo aniversário da revolução que depôs o então presidente Hosni Mubarak, cuja celebração também foi marcada pela violência entre manifestantes e policiais, com nove mortos e centenas de feridos. Após os protestos de sexta-feira, o exército mobilizou homens e tanques leves para proteger os edifícios da polícia e do governo em Suez.
A oposição egípcia ameaçou neste sábado boicotar as próximas eleições legislativas se os islamitas no poder não aplicarem uma solução global para a crise que o país sofre, sobretudo a formação de um governo de 'salvação nacional'.
Em um comunicado, a Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão opositora, também atribui ao presidente Mohamed Mursi 'toda a responsabilidade pela força excessiva empregada pelos serviços de segurança contra os manifestantes'. Mursi, por sua vez, convocou seus compatriotas a rejeitarem a violência e prometeu que os responsáveis por estes confrontos mortais serão levados à justiça, em mensagens publicadas durante a noite em suas contas do Twitter e Facebook.
* Com informações da Agência France Presse e da Reuters