A exemplo da tragédia em casa noturna deste domingo (27/01) em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, 194 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas em 30 de dezembro de 2004 em Buenos Aires, Argentina, após fogos de artifício serem usados durante o show de um grupo musical na boate República Cromañon, no bairro de Once.
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Familiares protestam na Praça de Maio pelas vítimas da tragédia, em 9 de dezembro de 2007
O incêndio aconteceu em show dos Callejeros, que tocavam para cerca de três mil pessoas quando um rojão atingiu o forro da casa, que tinha supostamente um isolante acústico, mas era feito de material inflamável. A lotação permitida era de 1,3 mil pessoas e quatro das seis portas principais estavam fechadas — algumas com cadeado –, para impedir que o público saísse sem pagar.
Da mesma forma como relatou a polícia gaúcha sobre a tragédia em Santa Maria, a maioria das pessoas no Cromañon morreu asfixiada e por queimadura nas vias aéreas, outros incinerados e pisoteados. A boate portenha estava com permissões, alvarás e exames de segurança vencidos desde novembro de 2004 e havia registrado um incêndio anterior, em 1º de maio do mesmo ano, sem vítimas.
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Omar Chabán, gerente do lugar, e famoso promoter e proprietário de casas desde os anos 1980, seu assistente, Raúl Villareal, e os integrantes da banda responderam a acusações de suborno e dano doloso seguido de morte, com pena máxima de 20 anos de prisão.
Os seis membros do Callejeros foram condenados em dezembro passado a penas de até sete anos de prisão. Os líderes do grupo, Patricio Fontanet, e o baterista Eduardo Vázquez, receberam penas de sete e seis anos, respectivamente. Os outros quatro integrantes do grupo, Christian Torrejón, Juan Carbone, Maximiliano Djerfy e Elio Delgado, foram sentenciados a cinco anos. Os seis músicos foram acusados pelos delitos “de incêndio culposo seguido de morte e uso incentivado de pirotecnia”, assim como Chabán, que recebeu dez anos e 9 meses de condenação à prisão.