A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, vem operando em uma base aérea secreta de aviões não tripulados (drones) na Arábia Saudita nos últimos dois anos, com o objetivo de perseguir membros da Al Qaeda no Iêmen.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (06/02) pelo jornal norte-americano The Washington Post, em cuja reportagem é relatado que a base foi usada para lançar uma aeronave usada para matar Anwar al-Awlaki, um clérigo nascido nos EUA, acusado de ser o chefe de operações da Al Qaeda no exterior.
Nesta segunda-feira (04/02), o canal norte-americano NBC divulgou uma cópia exclusiva de um relatório do Departamento de Justiça, no qual se sustenta que a morte do norte-americano é justificada por se tratar de um “líder operacional” do grupo.
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A polêmica dos drones vem poucos dias antes de John Brennan assumir oficialmente o cargo de chefe da CIA. Nesta quinta-feira (07/02), dia marcado para ser sabatinado no Senado, ele deverá dar explicações sobre o relatório. Um grupo de 11 senadores pediu na segunda-feira, em carta dirigida a Barack Obama, que sejam revelados os pressupostos das aprovações de ataques com “drones” quando se trata de cidadãos americanos.
Sem segredos
Segundo a BBC, a mídia norte-americana sabia da base aérea sigilosa desde o início. Funcionários do governo teriam dito que estavam preocupados que a divulgação pudesse prejudicar as investidas contra o grupo terrorista e a relação com a Arábia Saudita.
O relatório sobre a permissão para matar norte-americanos com aviões não tripulados foi criticado pelo The New York Times, segundo o qual o texto se assemelha a memorandos escritos pelo ex-presidente George W. Bush justificando “escutas ilegais, detenções por tempo indeterminado, sequestro, abuso e tortura”.
O documento do Departamento de Justiça revela que o governo pode ordenar a morte de um suspeito de terrorismo, mesmo sem provas suficientes de que este esteja envolvido em um ato terrorista. Os EUA retiraram praticamente todas suas tropas da Arábia Saudita em 2003, depois de ter entre 5.000 e 10.000 soldados na região após a Guerra do Golfo em 1991.