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O ex-presidente polonês e prêmio Nobel da Paz em 1983 Lech Walesa disse nesta sexta-feira (01/03) que os deputados homossexuais deveriam se sentar na última fila do recinto parlamentar ou até mesmo fora do Parlamento, por representarem apenas uma minoria.
Ao ser questionado por um jornalista sobre se os deputados homossexuais deveriam se sentar no fundo, na última fila do recinto parlamentar, já que representam uma minoria, Walesa, um católico fervoroso, respondeu: “sim, inclusive atrás do muro”.
“Nós respeitamos a maioria, respeitamos a democracia. A maioria construiu a democracia e ela lhe pertence. Agora temos uma minoria que caminha sobre a cabeça da maioria”, disse, ao se referir sobre o recente debate no país a respeito da legalização de parcerias civis para pessoas do mesmo sexo.
“Devem saber que são minoria e se adaptarem a aspectos menores. Não quero que esta minoria, com a qual não concordo mas que tolero, se manifeste nas ruas e faça virar a cabeça de meus filhos e netos”.
Ele também disse que não teria votado em Anna Grodzka, integrante de seu próprio partido, o movimento Palikot (centro-esquerda), como presidente do Parlamento Europeu. Ela é a única parlamentar transexual do órgão.
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“Sou da velha escola e não penso em mudar. Entendo que há gente diferente, diferentes orientações e que têm direito a sua identidade, mas que não mudem a ordem estabelecida há séculos. Não quero nem ouvir falar nisto. Que façam entre eles, mas deixem em paz a mim e a meus netos”, concluiu Walesa.
Já para o deputado Robert Biedron, primeiro parlamentar a se declarar abertamente homossexual no país nas eleições de 2011, disse que gostaria de se reunir com o ex-líder sindical. “Eu amo Lech Walesa, porque se não fosse por ele eu não estaria aqui conversando com você”, disse ele a um jornalista da TV local TVN. “Já o seu filho [o deputado europeu Jaroslaw Walesa] deveria se sentar comigo e explicar algumas coisas, como as parcerias civis” – o Palikot ainda não conseguiu unidade interna para se decidir sobre o tema.
Nesta segunda-feira, o atual primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que o Palikot vai se reunir na segunda-feira (04/03) para decidir se o ministro da Justiça, Jaroslaw Gowin, do partido Plataforma Cívica, conservador, vai continuar no cargo – ele tem liderado a frente para barrar o projeto de parcerias civis no Congresso.