Trinta horas depois da oferta feita pela MUD (Mesa de Unidade Democrática), Henrique Capriles aceitou ser o candidato da oposição na próxima eleição presidencial venezuelana, marcada para 14 de abril desse ano. Ele irá enfrentar Nicolás Maduro, indicado em 8 de dezembro de 2012 pelo próprio presidente Hugo Chávez como seu candidato caso novo pleito precisasse ser realizado.
“Nicolás, não vou deixar o caminho livre para você, companheiro, vou lutar por esse país custe o que custar”, afirmou, após anunciar a candidatura. Chávez enfrentou o atual governador de Miranda em 7 de outubro de 2012, quando saiu vitorioso com pouco mais de 54% dos votos. Pesquisas recentes indicam que Maduro obteria uma vantagem ainda maior em um embate com Capriles.
A tônica do discurso do candidato opositor foi estabelecer um antagonismo entre Chávez e Maduro, a quem acusou de ter orquestrado os recentes acontecimentos referentes à morte do presidente. “Quem sabe quando morreu Chávez?”, perguntou, insinuando que o presidente já havia falecido antes de 5 de março. “Vocês utilizam o corpo do presidente para fazer campanha política. Tinham tudo friamente calculado”, disse.
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Ele também questionou a autenticidade dos decretos assinados por Chávez durante o período de tratamento, após ser submetido a uma cirurgia contra um câncer na região pélvica. Além disso, Capriles colocou em dúvida as demonstrações de emoção pela morte do presidente tanto por parte de Maduro como de outros membros do governo chavista.
Frente ao franco favoritismo de Maduro, Capriles disse estar sendo levado a um “matadouro”, mas que competirá na eleição “pelos pobres” da Venezuela. “O que dizemos a eles, que não vamos lutar? O que eu posso oferecer é uma pátria unida. Nicolás não é Chávez e eu sei que vocês sabem que o que estou dizendo é correto. Eu não quero ser presidente de um setor”, falou.
Minutos após a coletiva de imprensa, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, se manifestou por meio de sua conta no Twitter. “Capriles, você se meteu com Chávez e com o profundo amor que o povo sente pelo Comandante da Pátria, você declarou guerra”, escreveu.