O presidente interino da Venezuela e candidato oficialista à eleição presidencial de 14 de abril, Nicolás Maduro, respondeu às declarações feitas por Henrique Capriles poucos minutos após o opositor anunciar sua candidatura. “Quer manchar com violência, sangue e morte uma vitória cantada”, afirmou Maduro, emendando: “Juramos por Chávez e pelo nosso povo que jamais voltarão”, em referência à elite venezuelana. Capriles acusou Maduro e o resto da administração chavista de usar “o corpo do presidente para fazer campanha política”, além de questionar a data da morte de Hugo Chávez.
Maduro qualificou as acusações como “reprováveis, deploráveis” e afirmou que o “candidato perdedor” – Capriles perdeu para Chávez na eleição de 7 de outubro de 2012 –, “que tanto desprezou o presidente Chávez, saiu hoje [domingo], sob os efeitos do ódio, do desespero e com um objetivo muito claro”.
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“Por que sai como um louco, enlouquecido de ódio, para justificar a derrota segura que vai receber? O faz porque tem um cálculo, queridos compatriotas. Já dissemos por diversas vezes: estão provocando com a sensibilidade do nosso povo para provocar violência”, continuou Maduro.
Segundo ele, o que a oposição quer é “destruir a paz da República, para jogá-la ao caos, estão lançando ao povo um dardo envenenado”. Maduro disse que a população venezuelana “não pode se deixar que a alma seja envenenada”, complementando que, “se não puderam com o comandante, nem o mundo, nem aqui, não poderá com a revolução.”
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O candidato do chavismo à eleição presidencial pediu calma: “Frente ao ódio, amor sublime. Frente à tentativa de violência, paz e unidade. É o que pedimos a todo o país. O que esse candidato perdedor fez é a declaração mais infame e irresponsável que nós poderíamos esperar nesse momento de dor”. Para Maduro, Capriles “mostrou sua verdadeira cara, seu ódio é o ódio daqueles com apelidos, dessa oligarquia.”
Maduro informou que a família de Chávez poderá entrar com ações judiciais contra Capriles, para “defender a honra e a memória do líder socialista das graves ofensas que foram lançados sobre a vida e o momento da morte do comandante”.
Capriles
A tônica do discurso do candidato opositor foi estabelecer um antagonismo entre Chávez e Maduro, a quem acusou de ter orquestrado os recentes acontecimentos referentes à morte do presidente. “Quem sabe quando morreu Chávez?”, perguntou, insinuando que o presidente já havia falecido antes de 5 de março. “Vocês utilizam o corpo do presidente para fazer campanha política. Tinham tudo friamente calculado”, disse.
Ele também questionou a autenticidade dos decretos assinados por Chávez durante o período de tratamento, após ser submetido a uma cirurgia contra um câncer na região pélvica. Além disso, Capriles colocou em dúvida as demonstrações de emoção pela morte do presidente tanto por parte de Maduro como de outros membros do governo chavista.