Um dia após colocar suas tropas em posição de ataque, o governo da Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (27/03) que vai cortar a linha de comunicação militar com a Coreia do Sul – única via de contato que ainda existe entre os países. Há duas semanas, o presidente norte-coreano, Kim Jong-un, já havia desligado a linha de comunicação civil.
“A partir de agora, serão cortadas as comunicações militares entre o Norte e o Sul”, assegurou a agência estatal norte-coreana KCNA. Em comunicado oficial, um agente do governo justificou a medida dizendo que “em uma situação na qual a guerra pode explodir a qualquer momento, não há necessidade de manter comunicações militares [com o inimigo]”.
Agência Efe
Moradores da Coreia do Sul protestam contra ações militares do norte
A medida é considerada de alta tensão pela comunidade internacional, pois a Coreia do Sul utiliza essas comunicações militares para fazer o monitoramento diário do tráfego de trabalhadores e viajantes que cruzam a fronteira entre os países pela cidade de Kaesong, no Norte.
Segundo informações da agência Reuters, a cidade de fronteira recebe cerca de 100 empresas sul-coreanas e emprega mais de 50 mil norte-coreanos gerando uma renda líquida de mais de um bilhão de dólares em exportações para a Coreia do Sul. O local estava alheio às tensões entre os países até o anúncio feito hoje sobre o corte das linhas de comunicação.
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O governo norte-coreano especificou que a linha permanecerá desligada enquanto a Coreia do Sul “continuar com seus anacrônicos atos hostis”, em uma aparente referência aos exercícios militares “Foal Eagle”, que Seul e o governo dos Estados Unidos, aliado estratégico do Sul desde os tempos da Guerra Fria, realizam atualmente.
A nova decisão se enquadra nas represálias que a Coreia do Norte mantém desde o princípio do mês contra a Coreia do Sul e os EUA, que incluem desde promessas de ataques nucleares preventivos contra até considerar nulo o armistício da Guerra da Coreia (1950-53).