A largada para a campanha eleitoral de Nicolás Maduro, candidato do chavismo, e de Henrique Capriles, representante da aliança opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), será dada nesta terça-feira (02/04). A Venezuela realiza nova eleição presidencial em 14 de abril, pouco mais de um mês após a morte do presidente Hugo Chávez, e todas as pesquisas de intenção de voto anunciadas até o momento indicam uma vitória de Maduro.
Efe (30/03/2013)
Favorito nas pesquisas, Maduro inicia campanha em Barinas, terra-natal do falecido presidente Hugo Chávez
O presidente interino escolheu Barinas, Estado-natal de Chávez, para iniciar a caminhada “rumo a Miraflores”, repetindo percurso feito pelo presidente no ano passado. Já Capriles, que inicialmente havia dito que também começaria sua campanha na terra do líder venezuelano, afirmou neste domingo (31/03) que o Estado de Monagas foi escolhido para o pontapé inicial.
A decisão inicial de Capriles, tomada dias após Maduro anunciar que seu ponto de partida seria Barinas, foi rechaçada por chavistas, que classificaram a presença do governador do Estado de Miranda como uma provocação. “Há três dias Nicolás Maduro anunciou que iniciaria sua campanha em Barinas. Agora o candidato copião anuncia o mesmo”, escreveu em sua conta no Twitter o ministro da Comunicação, Ernesto Villegas, na sexta-feira (29/03).
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Essa semana, porém, o candidato da oposição explicou que alterou o itinerário previsto para não interferir no ato do oficialismo. “As ruas da nossa Venezuela são bastante amplas para que todos com espírito de paz possamos fazer nossas propostas”, afirmou Capriles, que fará campanha em Barinas na quarta-feira (03/04).
Pesquisas
Todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até agora mostram que Maduro deve ganhar a eleição com até 23 pontos de vantagem sobre Capriles. A mais recente, realizada entre 18 e 23 de março e divulgada nesta segunda-feira (01/04) pelo GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI), indica que o presidente interino conta com 55,3% das intenções de voto, contra 44,7% de seu principal opositor.
No domingo, pesquisa do Ivad (Instituto Venezuelano de Análises de Dados) deu ao candidato chavista 53,8% dos votos, enquanto Capriles teria 30,8%. Independentemente da preferência eleitoral, 64,4% dos entrevistados pensa que Maduro sairá vencedor, enquanto 22,9% apostam em Capriles.
Efe
Durante pré-campanha, Capriles fez duras críticas à gestão do presidente interino, principalmente sobre violência e economia
Pesquisa feita entre 12 e 13 de março deste ano pelo instituto Datanálisis indica que Maduro tem respaldo de 49,2%, enquanto Capriles conta com 34,8%. Já segundo o Hinterlaces, o presidente interino teria 53% dos votos e Capriles, 35%.
No mais recente estudo do instituto International Consulting Services, 58,2 % dos entrevistados disseram que se as eleições para presidente da Venezuela fossem hoje votariam em Maduro, enquanto 40,5% responderam que votariam em Capriles.
Pré-campanha
A pré-campanha na Venezuela, iniciada logo após o anúncio do novo pleito, foi marcada por críticas da oposição ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) e à curta gestão de Maduro como vice-presidente e presidente interino, mirando especialmente os temas da violência e da economia.
Logo no anúncio de sua candidatura, em 10 de março, Capriles fez duras críticas a Maduro, quem, segundo ele, teria “mentido ao país” sobre o real estado de saúde de Chávez e havia “violentando a Constituição” ao assumir como presidente interino após o falecimento do presidente. Para o opositor, qum deveria ocupar a Presidência até a realização de novo pleito seria Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional.
Além disso, o candidato provocou polêmica após questionar a data da morte de Chávez e ao afirmar que o presidente “não está e nada irá trazê-lo de volta”. Ele posteriormente pediu desculpas à família de Chávez pelos comentários.
De acordo com análise do Centro de Estudos Políticos e Estratégicos Aluvião sobre discursos de Capriles de 10 a 14 de março – transmitidos pelos canais de TV Globovisión, Televén e Venevisión –, 32% do tempo foi dedicado a Maduro. “Mente”, “abuso de poder”, “se esconde atrás da figura de Chávez” e “precisa aprender a ler” foram algumas das declarações mais comuns. Já nos outros 68% de tempo, Capriles ressaltou que “não havia ofendido a memória de Chávez”, que “representa a verdade sobre a mentira” e “constrói o futuro”.