Quase 163 anos depois da morte de José Gervasio Artigas, ainda não se sabia a real fisionomia do principal responsável pela independência do Uruguai. A representação mais fiel do rosto do libertador ficou conhecida apenas agora, de acordo com o escritor e historiador Nelson Caula.
Apesar de existirem diversas pinturas de Artigas, a única oficial é do francês Alfredo Demersay, produzida em 1846, quatro anos antes da morte do uruguaio, em seu exílio no Paraguai, aos 86 anos de idade.
Reprodução
Para a publicação de seu mais recente livro Artigas Ñemoñaré. O verdadeiro rosto de Artigas, Caula contratou um especialista norte-americano que trabalhou por três décadas no FBI e na polícia de Nova York para obter o maior grau de detalhamento possível.
“Combinando tecnologia com técnicas forenses, chegamos ao rosto que tem uma margem de erro muito pequena em relação ao de Artigas”, explicou Caula à Agência Efe.
A nova obra do historiador é a última de sua trilogia que pretende ter um viés original sobre a vida e o legado do herói nacional uruguaio. Segundo ele, Artigas, que também é chamado de “Defensor dos Povos”, influenciou muito diretamente o desenvolvimento das províncias argentinas de Corrientes, Misiones, Entre Ríos, Córdoba e Santa Fe, além do próprio Paraguai, onde viveu por mais de 30 anos.
“Artigas é um injustiçado, pois foi atribuída a ele, por professores e políticos argentinos como Domingo Faustino Sarmiento e Bartolomé Mitre, uma espécie de herança maldita que manipulou fatos da história”, argumenta Caula. “Agora que algumas escolas da Argentina dão um enfoque diferente e reconhecem sua defesa de várias províncias ante as autoridades de Buenos Aires.”
NULL
NULL