Às 7h30 da manhã de 21 de fevereiro de 1916, tropas de infantaria alemãs, comandadas pelo chefe do estado-maior Erich Von Falkenhayn, atacaram as fortificações e trincheiras de Verdun, na França. As três divisões francesas, estacionadas a cerca de 15 quilômetros, são bombardeadas pela artilharia inimiga durante nove horas. A potência de fogo era tanta que a colina chamada de “Costa 304” perdeu sete metros de altura. As primeiras posições da margem sul do rio Meuse foram tomadas pelas tropas alemãs. A resposta francesa seria comandada pelo general Philippe Pétain.
No dia 25 de fevereiro, o general Pétain foi nomeado comandante-em-chefe das operações em Verdun e se apressou em executar o plano que daria a ele a reputação como estrategista militar. Optando por uma “via sagrada” que ligaria o front ao vilarejo de Bar-le-Duc, mais acima no rio, ajudaria o exército francês a manter suas posições e repelir o inimigo. Ele seria o autor também do “torniquete”, que consistia em uma rotação das tropas no campo de batalha, o que permitia evitar o desgaste excessivo dos soldados.
Em 10 de abril, quando as tropas francesas sofreram ataques seguidos dos alemães, Pétain enviou a ordem do dia que terminava com “Coragem! Nós os agarraremos!”. A ordem era, de fato, um encorajamento aos soldados que, na véspera, haviam repelido um ataque. Mas podia ser considerada como um disfarce de uma preocupação do comando francês quanto à moral da tropa, que se manifestava esporadicamente. Foi também o começo da reviravolta da estratégia alemã, comandada por Von Falkenhayn.
Em 1º de maio, o quartel-general francês decidiu mudar de tática em Verdun. Encontraram em Pétain um excelente defensor, mas precisavam de alguém com mentalidade mais ofensiva para conduzir um contra-ataque. O general Nivelle foi nomeado para substituir Pétain.
Após um ataque com o gás tóxico fosgênio, os alemães – já muito próximos de Verdun – lançam um ataque que Von Falkenhayn esperava que fosse decisivo. Contudo, o gás se dissipou e os alemães tiveram de encarar um inimigo que soube se reorganizar. Já no dia seguinte, os franceses lançaram contra-ataques dispersos, embora bastante infrutíferos.
Combate final
O general Von Falkenhayn lançou uma última ofensiva para tomar Verdun de assalto. Diante do ataque das forças britânicas no Somme, que arrasa as forças alemãs, elas passam a correr contra o tempo. Graças a uma posição favorável, devia então se concretizar em vitória efetiva. No entanto, diante da resistência do forte de Souville, teve de dar marcha-a-ré. A partir de então, não podendo liberar soldados para a batalha de Somme, teve de se limitar a uma estratégia defensiva.
Depois do mês de agosto, os franceses tomaram a iniciativa e lançaram uma ampla ofensiva para retomar os fortes de Vaux e de Douaumont. O front se estendeu por 7 quilômetros e a estratégia se comprovou eficaz. Os alemães foram obrigados a recuar e, após terem perdido Thiaumont, viram os franceses tomar o forte de Douaumont sem ter travar um verdadeiro combate. Os franceses tiveram de esperar até 3 de novembro para alcançar o forte de Vaux. Os alemães foram definitivamente suplantados e não puderam mais retornar ao combate. As operações de guerra na região diminuíram bastante de intensidade em dezembro.
A batalha de Verdun teria fim 10 meses depois, em 15 de dezembro. O balanço seria um dos mais pesados da Primeira Guerra Mundial: 700 mil mortos.
Celebrado na França como o “Herói de Verdun” por sua bravura, Philippe Pétain tornou-se o “Traidor de Vichy” durante a Segunda Guerra Mundial, por sua colaboração com as forças de ocupação da Alemanha nazista – o mesmo país contra o qual lutara duas décadas antes.
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