26 de fevereiro de 2012: Trayvon Martin, um jovem negro, caminha pela cidade de Sanford, no estado da Flórida, após comprar alguns doces em uma pequena loja local. George Zimmerman, um vigilante voluntário, alveja Martin, sob suspeita que o garoto iria assaltar casas da região. Depois de perseguição e briga, Zimmerman, com uma arma de fogo, efetua disparos fatais.
Esse foi o cenário que resultou em um dos casos mais polêmicos da história recente da Justiça dos EUA. Cerca de 15 meses depois, começa nesta semana o julgamento do homicídio de Trayvon Martin.
Nesta segunda-feira (11/06), a Justiça da Flórida iniciou o processo de escolha do júri do julgamento. Centenas de pessoas foram convocadas para a triagem que decidirá os membros oficiais do tribunal.
Agência Efe
Família de Trayvon Martin aguarda decisão de jurados do julgamento da morte do filho
“Existe uma espécie de nervosismo no ambiente”, afirmou o prefeito de Sanford em entrevista coletiva. “Não temos ideia do que irá acontecer”, analisa.
George Zimmerman responderá pela acusação de crime racial, com motivação de ódio. A perícia revelou que o jovem negro não estava armado e não apresentava nenhum tipo de atitude suspeita no momento do crime. Nos meses seguintes ao homicídio, o caso tomou proporção nacional. A forma brutal como Zimmerman agiu acendeu o debate acerca da segregração e ódio racial no país.
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A morte de Trayvon Martin, de 17 anos, provocou uma onda de protestos e tensões raciais nos EUA em 2012, já que, em primeira instância, Zimmerman não foi indiciado pela morte do garoto, com base em uma polêmica legislação da Flórida, que dá proteção para aqueles “protegem o patrimônio norte-americano ou defendem os cidadãos do país”.
Zimmerman – de origem multirracial – se defende afirmando que agiu em legítima defesa e se amparou em uma lei aprovada em 2005 no Estado da Flórida. “Agi por medo de perder a minha vida”, afirma o acusado.
A legislação da Flórida prevê liberdade ao exercício da legítima defesa e, quando aprovada, teve amplo apoio da indústria de fabricação de armamentos no país. A lei passou a ser chamada de “Defenda-se” por seus defensores – de maioria conservador – e de “Atire primeiro” por aqueles que são contrários à legislação – maioria progressista.
[George Zimmerman vive escondido após o homicídio de Trayvon Martin]
Após ter pago uma fiança de 150 mil dólares (cerca de 300 mil reais na época), Zimmerman tem se escondido em um pequena cidade da Flórida. Segundo imprensa local, o acusado está falido e só sobrevive com contribuições de alas conservadoras dos EUA, que, em companhia da indústria das armas – apoiam o atirador.
Até sexta-feira, a Justiça da Flórida terá definido o júri e dará início às audiências.