Portugal teve o segundo maior crescimento na venda de carros no mês de Agosto na zona euro. Os indíces vão na contramão de outros países europeus que registraram queda significativa na indústria automobilística. Mesmo com a grave crise econômica e social do país, o mercado de automóveis se mostrou aquecido: aumento de 13% em comparação aos meses anteriores de 2013. Apenas a Irlanda superou os portugueses com 19,6%.
Agência Efe
Passos Coelho: ao contrário da indústria automobilística, Portugal vive grave momento político e econômico
Dados divulgados nesta terça-feira (17/09) pela ACEA (Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis) mostram que, em Agosto, foram vendidos mais de seis mil carros em Portugal.
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Também em agosto, a taxa de desemprego para a população economicamente ativa foi de 16,4%. Em termos absolutos, a estimativa é de que havia no segundo trimestre de 2013 886 mil pessoas desempregadas em Portugal (número acima da população de capitais brasileiras como Teresina e Natal), o que representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2012 e uma diminuição trimestral de 7% em relação a janeiro, fevereiro e março deste ano – ou mais 59,1 mil pessoas sem ocupação formal na comparação anual ou menos 66,2 mil pessoas na comparação trimestral.
Troika volta a Portugal
O FMI (Fundo Monetário Internacional), o BCE (Banco Central Europeu) e a CE (Comissão Europeia) retornam ontem (16) a Lisboa para fazerem nova avaliação do andamento do Paef (Programa de Assistência Econômica e Financeira). A visita dos credores que formam a chamada Troika antecede a liberação da parcela de 5,5 bilhões de euros (cerca de 17 bilhões de reais no câmbio oficial), do empréstimo de 78 bilhões de euros concedido a Portugal desde 2011.
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A visita desse grupo de credores conhecido como “Troika” será marcada pela tentativa de Portugal de conseguir dilatar as metas de economia de gastos públicos para o próximo ano. O governo português quer que o déficit público seja equivalente a 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto), a meta estabelecida pelos credores é que a diferença entre o que o Estado arrecada e gasta não fique acima de 4% do PIB. O acumulo de déficit nos últimos anos fez com que Portugal atingisse dívida pública de mais de 130% de toda a riqueza anualmente gerada pelo país.
Se o governo português quer ouvir um “sim” para uma margem maior de tolerância com os gastos públicos, os credores por sua vez querem escutar como Portugal fará cortes permanentes de despesas. Além do enxugamento de gastos sociais, estará sobre a mesa de negociação a unificação das regras de aposentadoria para funcionários públicos e empregados privados, o adiamento em um ano da idade de aposentadoria (66 anos) e outras medidas como o corte de salários e a dispensa de servidores, já desautorizadas pelo Tribunal Constitucional.