Os cinco ministros do PdL (Povo da Liberdade), partido de direita comandado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, renunciaram a seus cargos. A informação foi divulgada neste sábado (28/09) um porta-voz do vice-primeiro-ministro italiano, Angelino Alfano, do PdL. Na prática, essa medida deve resultar no fim do apoio da legenda ao governo Letta e colocam em risco sua viabilidade, abrindo as portas para novas eleições.
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Os ministros demissionários afirmaram ser “inaceitável e inadmissível” o ultimato do chefe de governo, Enrico Letta, que na sexta-feira (27) pediu aos partidos da direita que esclareçam se mantêm seu apoio à coalizão governamental, segundo o porta-voz.
Agência Efe
O premiê italiano Enrico Letta fala ao celular ao deixar o palácio Chigi, em Roma
Em uma reunião do conselho de ministros sexta à noite, Letta ameaçou “acabar com a sua experiência” de governo se a frente pró-Berlusconi continuar a paralisar sua administração. Saído das fileiras do Partido Democrático, de centro-esquerda, Letta dirige há seis meses uma improvável coligação de direita-esquerda.
“Letta acusou Berlusconi de “humilhar a Itália”: “Não estou disponível para continuar sem uma clarificação. Ou avançamos e colocamos o país e o interesse dos cidadãos acima de tudo, ou então paramos”, advertiu, em comunicado.
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Com estas declarações, o presidente do Conselho italiano criticou os deputados do PdL, que ameaçam há dias se demitir em bloco se o senado votar a favor de retirar a cadeira de Silvio Berlusconi por sua condenação a um ano de prisão por fraude fiscal.
Pouco antes, Berlusconi havia convidado aos ministros do PdL a “avaliar a possibilidade de apresentar imediatamente sua demissão para não serem cúmplices de uma posterior vexação imposta pela esquerda aos italianos”.
O ex-primeiro-ministro de 77 anos foi condenado em 1º de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida para um) por fraude fiscal. O magnata das comunicações, que governou a Itália durante 12 dos últimos 19 anos, deve cumprir sua condenação em seu domicílio ou realizando trabalhos comunitários.
Resposta
Em resposta, Enrico Letta acusou Berlusconi de ter dito “uma grande mentira” aos italianos ao afirmar que a falha do gabinete em aprovar medidas para evitar o aumento de imposto foi a razão de ter deixado o governo.
“Para justificar a atitude irresponsável tomada hoje, com a meta de atender exclusivamente a seus assuntos pessoais, Berlusconi está tentando distorcer a realidade, usando o imposto como um álibi”, disse Letta em comunicado.
“No Parlamento, todos terão que assumir a responsabilidade por suas ações perante a nação”, afirmou.