Milhares de pessoas saíram às ruas de Washington, capital dos EUA, neste sábado (26/10) para pedir o fim dos programas de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional, na sigla em inglês). Os manifestantes também gritavam palavras de apoio a Edward Snowden, ex-analista da CIA que vazou os documentos que comprovaram a existência da vigilância.
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A coalizão Stop Watching Us (parem de nos vigiar, em tradução livre), formada por mais de cem grupos defensores de direitos públicos, organizou a marcha, com o objetivo de entregar ao Congresso uma petição pedindo o fim da espionagem em massa ainda neste sábado. Craig Aaron, líder do grupo Free Press (imprensa livre), disse que “isso não é sobre direita e esquerda – é sobre certo e errado”.
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O próprio Snowden, que obteve asilo político na Rússia há alguns meses, divulgou um comunicado dando apoio à iniciativa. “Hoje em dia, nenhum telefone dos EUA realiza uma chamada sem que seja registrada na NSA. Nenhuma transação pela internet entre ou sai dos EUA sem passar pelas mãos da NSA. Nossos legisladores no Congresso nos dizem que não é vigilância. Estão equivocados”, dizia o texto, que foi lido durante o evento.
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A manifestação, convocada sob o lema “Detenham a vigilância em massa”, saiu da estação de trem Union Station e terminou perante o Congresso dos EUA, no centro da capital americana, com cartazes que diziam “Obrigado, Edward Snowden” e “Espionar é censura”.
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Nesta semana, a espionagem norte-americana voltou a provocar indignação depois que o governo alemão descobriu que o celular da chanceler Angela Merkel pode ter sido grampeado. Segundo o Guardian, 35 líderes mundiais teriam sido vigiados pela NSA. Hoje, a revista Der Spiegel revelou que Merkel foi espionada por mais de dez anos.
A manifestação de hoje em Washington, no entanto, foi centrada mais no âmbito doméstico e na falta de controle dos organismos de inteligência americano por seus cidadãos.
Uma das principais coordenadoras do protesto, Rainey Reitman, do grupo Electronic Frontier Foundation, destacou em seu discurso que exigem uma maior “supervisão” das atividades de inteligência e “aumentar a transparência” destes programas. “Não nos podem fazer escolher entre liberdade e segurança”, disse Rainey.