O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou nesta terça-feira (29/10) que, se a espionagem em massa realizada pelos Estados Unidos tivesse sido feita por outros países, como o Equador ou a Venezuela, eles seriam tachados de criminosos e levados à Corte Internacional de Haia.
“Se essa espionagem tivesse sido realizada por Venezuela, Rússia, Equador ou Cuba, por exemplo, seríamos considerados ditadores, criminosos e levados para Haia. Mas, neste caso, não vai acontecer absolutamente nada, porque, infelizmente, a Justiça internacional não é outra coisa que não a conveniência do mais forte, e os EUA são o mais forte”, disse, em uma entrevista ao canal Russia Today.
Agência Efe
Correa, durante entrevista a agência russa: “Se a espionagem fosse feita pelo Equador, seríamos criminosos”
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De acordo com Correa, os Estados Unidos se “acham acima do bem e do mal”. “Somos parte de um mundo multipolar, democrático, onde se atua com base nas regras do jogo e não baseado em um governo de um país que se acha superior ao resto do mundo, e que, ao mesmo tempo, cai em tremendas contradições como a espionagem em massa que se evidenciou ultimamente.”
O presidente equatoriano foi irônico ao citar a possível espionagem feita pelos Estados Unidos no celular da chanceler alemã Angela Merkel. “[Ela] É terrorista?”, questionou, ao afirmar que os norte-americanos alegavam que o monitoramento era necessário para “combater o terrorismo”.
Correa ainda classificou as atividades da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA, na sigla em inglês) de “injustiça”. “O Equador não tem pretensão de mudar a ordem mundial. Queremos proteger o nosso povo dessa injustiça, e isso requer a integração latino-americana. Unidos seremos mais fortes e teremos mais presença internacional”, concluiu Correa.
(*) Com Efe