Menos de 27 mil pessoas se inscreveram nos novos planos de saúde previstos na reforma do sistema público norte-americano, que entrou em vigor em 1º de outubro, informou nesta quarta-feira (13/11) o Departamento de Saúde dos Estados Unidos.
O total de inscritos no sistema que ficou popularmente conhecido como “Obamacare” foi de 26.794 nos 36 estados vinculados ao site do Governo Federal, enquanto nos demais, que administram seus próprios sistemas, o número foi de 79.931.
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De acordo com a Casa Branca, o baixo contingente de inscritos se deu por conta de problemas operacionais no site do governo.
Agência Efe
Uma das principais bandeiras do governo Obama, o novo sistema de saúde dos EUA foi um fracasso em seu primeiro mês
Os números apresentados estão muito abaixo das estimativas da Casa Branca, que esperava a adesão de cerca de 500 mil pessoas aos pacotes durante o mês de outubro, o primeiro dos seis meses nos quais os novos seguros de saúde estarão disponíveis.
Para Kathleen Sebelius, secretária de saúde norte-americana, os problemas iniciais não demonstram falta de interesse da população, pois muitas pessoas visitam o site muitas vezes antes de comprar um plano. “Com mais pessoas comprando [os planos de saúde] e conversando sobre isso com suas famílias, esperamos que o número aumente”, afirma a secretária.
O relatório do Departamento de Saúde destacou também que quase um milhão de pessoas (975.407) aplicaram para obter os novos serviços, mas ainda não escolheram um determinado plano.
Além disso, 396.261 foram enquadrados nos critérios para optar pelo Medicaid, um programa de assistência para pessoas com poucos recursos, e nos planos de saúde para crianças.
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Desde que foi promulgada, a reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos tem gerado confusão entre os cidadãos norte-americanos, por conta dos problemas operacionais do healthcare.com e das promessas não cumpridas pelo governo Obama.
O presidente norte-americano e seus assessores certificaram as pessoas que poderiam manter seus planos de saúde atuais caso estivessem satisfeitos com eles. No entanto, a reforma estabelece uma série de padrões mínimos para os planos de saúde e prevê a escolha de outro pacote de serviços caso um determinado plano não se enquadre nas novas exigências.
Em resposta aos recentes problemas, Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, afirmou que o presidente deve anunciar em breve mudanças para melhorar a reforma e sua aplicação.
O “Obamacare” é uma das principais plataformas do governo Obama e estende a 15% do povo norte-americano (48 milhões de pessoas) o acesso a seguros de saúde. Trata-se de uma expansão de um sistema público em detrimento do setor privado.
Congressistas republicanos, que criticam a reforma desde que ela foi aprovada no Congresso e passou na Suprema Corte dos Estados Unidos, reagiram às baixas estatísticas.
“Se os dados se confirmarem, a administração precisará registrar 68 mil pessoas por dia [nos novos planos de saúde] para bater sua meta anual”, afirmou o republicano Dave Camp. Ele prevê dificuldades na tarefa, uma vez que o site do sistema não foi projetado para suportar tamanho volume de acessos e não é capaz de lidar com nem a metade deste número.