Quase um ano após o tiroteio na escola primária Sandy Hook, nos Estados Unidos, ter deixado 27 mortos, entre os quais 20 crianças, um relatório divulgado nesta segunda-feira (25/11) pelas autoridades do estado de Connecticut não consegue estabelece motivos para o ataque – somente de que o colégio estava localizado perto da casa do atirador.
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No relatório de 44 páginas, as autoridades detalham como Adam Lanza, de 20 anos, matou a mãe, foi para a escola e se matou assim que os policiais chegaram ao local. Entretanto, o rapaz nunca teria dado a ninguém “nenhuma indicação” de que estava planejando o ataque do dia 14 de dezembro de 2012.
Agência Efe (14/12/12)
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“As evidências mostram claramente que o atirador planejou suas ações, incluindo o suicídio, mas não há indicação clara de por que ele fez isso ou por que escolheu a escola Sandy Hook”, diz o relatório. O documento acrescenta ainda que Lanza tinha problemas mentais que afetavam sua habilidade de levar uma vida normal e interagir com outras pessoas, mas não seu estado mental para executar crimes.
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“Muitas pessoas perguntaram o motivo de o atirador ter feito o que fez no dia 14 de dezembro”, afirma o relatório. “Ou, no correto do sistema de Justiça criminal, ‘ele tinha um motivo para fazer o que fez?’. Essa investigação, com a quantidade substancial de informação disponível, não estabelece um motivo conclusivo”.
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Lanza também é descrito como obcecado por tiroteios em massa. “Ele tinha familiaridade com isso e acesso a armas de fogo e munição e uma obsessão com assassinatos em massa. Em particular com os de abril de 1999, na escola de ensino médio Columbine, no Colorado”, aponta o texto.
O relatório divulgado hoje não apresenta o conteúdo completo de que dispõe a polícia. As informações totais devem ser publicadas somente quando o promotor responsável pela investigação, Stephen Sedensky III, declarar que ela está encerrada, mas nenhuma data foi anunciada ainda. Algumas das evidências coletadas pelos policiais podem nunca vir a público.
Lei
Uma lei aprovada neste ano em Connecticut em resposta ao tiroteio proíbe a liberação de fotografias, filmes, vídeos e outras imagens mostrando uma vítima de homicídio se elas puderem “constituir razoavelmente uma invasão injustificada da privacidade da vítima ou de membros da família”.
As famílias das vítimas foram informadas sobre o relatório, segundo o porta-voz de Sedensky, Mark Dupuis. “Somos sensíveis às necessidades das famílias e essas necessidades estão sendo tratadas”, afirmou.
A família de Victoria Soto, uma professora que escoltou os alunos antes de ser morta, afirmou que a liberação do relatório é “mais um golpe” que sofreu. Em comunicado, os familiares disseram que “enquanto outros procuram pela resposta de por que isso aconteceu, nós nos perguntamos como. Como podemos viver sem a Vicki? Como celebramos o Natal sem a Vicki? Como continuamos a cada dia sem um pedaço da nossa família? Essas são as perguntas para as quais procuramos respostas. Não há nada no relatório que responderá isso para nós”.