A OMS (Organização Mundial de Saúde) alertou em recente relatório sobre saúde no continente europeu que os casos de HIV registrados entre 2010 e 2011 na Grécia cresceram 52%, em especial por casos de consumo de heroína. Segundo a entidade, alguns desses casos foram provocados intencionalmente por autocontaminação para que, dessa forma, os infectados passassem a receber até € 700 (pouco mais de R$ 2.100) do Estado, além de prioridade em programas de tratamento às drogas. A Grécia atravessa grave crise financeira, com altos índices de desemprego e cortes de benefícios sociais provocados por políticas de austeridade fiscal.
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O relatório “Revisão dos Determinantes Sociais e da Divisão de Saúde na Região Europeia da OMS” dedicou um estudo a países que atravessam crises financeiras, como Grécia e Letônia, e os resultados são alarmantes no primeiro caso. Publicado originalmente em 31 de outubro, começou a ter grande repercussão no início dessa semana com um dado que afirmava que “quase metade dos gregos infectados pelo HIV” teriam feito esse ato propositadamente. A informação foi desmentida nesta terça-feira (26/11) pela OMS, que alegou um “erro de edição”, depois que veículos da imprensa a reproduziram. A entidade pediu desculpas pelo erro.
Leia a íntegra do estudo aqui (dados da Grécia estão na página 112).
“Estas tendências adversas na Grécia representam uma advertência para outros países questão se submetendo a políticas de austeridade fiscal significativo, incluindo Espanha, Irlanda e Itália. Também sugerem que é necessário encontrar caminhos para governos sem caixa consolidarem suas finanças sem que com isso os muito necessários investimentos em saúde sejam prejudicados”, diz o estudo.
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Segundo o relatório, a prostitutição também aumentou, provavelmente devido às dificuldades econômicas.” O acesso à assistência médica, por sua vez, diminuiu, já que o orçamento dos hospitais foi cortado em 40%. Estima-se que cerca de 26 mil funcionários públicos da área da saúde (incluindo 9 mil médicos) perderão seus trabalhos”.
Agência Efe
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O estudo aponta também para o aumento do número de suicídios em 17% entre 2007 e 2009, chegando a atingir 25% em 2010, sem contar que o Ministério da Saúde grego alertou para um aumento de 40% na primeira metade de 2011 em comparação ao mesmo período do ano anterior. As tentativas de suicídio aumentaram principalmente entre as pessoas que tem passado por dificuldades econômicas.
O estudo também mostra que, segundo pesquisas realizadas entre a população, foi registrado um aumento de 15% entre 2007 e 2009 de pessoas que afirmam que não foram ao médico ou ao dentista mesmo sentindo que era necessário.