Com apenas 186 votos favoráveis, o Parlamento da Ucrânia rejeitou nesta terça-feira (03/12) uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Nikolai Azarov. Eram necessários 226 votos para a aprovação, mas outra votação com pedido semelhante, organizada pelo Partido Comunista, deve ocorrer ainda hoje. A moção foi apresentada pelas legendas oposicionistas Batkivshina (“Pátria”), Udar (“Soco”) e Svoboda (“Liberdade”).
Enquanto isso, a sede do governo segue cercada por populares pelo segundo dia consecutivo e conta com forte aparato policial para seguir funcionando.
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O país enfrenta violentos protestos antigoverno, iniciados depois que o presidente, Viktor Yanukovich, recusou-se a continuar as negociações para a entrada do país na União Europeia – o que significa uma maior aproximação com a vizinha Rússia -, alegando que os acordos comerciais serão prejudiciais à camada mais pobre da população.
Agência Efe
Policiais impedem entrada de manifestantes no Parlamento ucraniano
Em seu discurso de defesa, Azarov desculpas pelo uso da força policial contra manifestantes pró-União Europeia, ocorrida nos últimos dias em Kiev, mas pediu aos parlamentares que não repitam a chamada “Revolução Laranja” que, em 2004, derrubou o governo pró-Rússia após grandes manifestações. “Posso garantir uma coisa: vou tirar fimes conclusões sobre o que aconteceu e fazer sérias trocas neste governo”. No domingo, 350 mil pessoas protestaram contra o governo em Kiev.
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Falando ao Parlamento, o ex-pugilista e hoje líder de oposição Vitaly Klitschko, do partido Udar, exigiu a renúncia do presidente. “Não faça nada estúpido – não se deixe guiar e ao país para um beco sem saída”, afirmou.
Já o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, viajou nesta terça para a China.
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Os manifestantes são liderados pelo ex-ministro do Interior Yuri Lutsenko, chegaram às imediações da sede do governo após deixarem a Praça da Independência, tomada pela oposição desde o último domingo.
A crise expõe novamente a divisão existente no país entre o leste, associado culturalmente à Rússia (o russo é o principal idioma da população desta região), e o oeste, que fala mais ucraniano e apoia a maior integração com a Europa.