Os diretores das principais empresas de tecnologia norte-americanas pediram na noite desta quarta-feira (17/12) que o governo dos Estados Unidos reformule os programas de vigilância e espionagem virtual de suas agências de inteligência e segurança. Elas se reuniram com o presidente Barack Obama e altos conselheiros executivos na Casa Branca, em Washington.
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Entre as empresas presentes estavam Apple, Twitter, Facebook, Yahoo!, Microsoft, Google, AT&T, Netlfix, Comcast, entre outras.
“Apreciamos a oportunidade de partilhar diretamente com o presidente os princípios em matéria de vigilância do governo que publicamos na semana passada e pedimos que se movimente agressivamente em direção a uma reforma”, disseram as empresas em comunicado conjunto emitido após a reunião.
Agência Efe
O presidente dos EUA, Barack Obama, reunido com diretores das principais empresas de tecnologia
“É tempo de mudar”, afirmaram na carta conjunta, em que destacaram que as revelações sobre os programas secretos da NSA (Agência de Segurança Nacional) para compilar dados telefônicos e digitais dos cidadãos “reforçaram a necessidade urgente de reformar as práticas de vigilância dos governos no mundo todo”.
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Depois da reunião de hoje, que contou com a participação também do vice-presidente Joseph Biden, a Casa Branca emitiu um comunicado dizendo que Obama teve a oportunidade de “escutar diretamente” os executivos enquanto o governo “se aproxima do fim” da revisão de seus programas de inteligência.
Estiveram presentes na reunião executivos importantes do setor, como os executivos-chefes da Apple, Tim Cook, e Yahoo!, Marissa Mayer, o presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, e a diretora de operações de Facebook, Sheryl Sandberg.
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O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou hoje na entrevista coletiva diária que essa análise estará pronto em janeiro e a continuação Obama prevê apresentar suas conclusões publicamente. Segundo Carney, Obama “deixou clara sua crença em uma internet aberta, livre e inovadora e ouviu as preocupações do grupo e suas recomendações, deixando claro que ele vai considerar as sugestões” das companhias do Vale do Silício. “Levaremos em conta suas contribuições, assim como as de outros atores externos enquanto finalizamos nossa análise dos programas de inteligência”, acrescentou.
As atividades da NSA passaram a ser criticadas depois da divulgação de informações secretas sobre os programas de espionagem dos Estados Unidos. Desde junho, reportagens têm sido publicadas com detalhes obtidos a partir de documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden. As informações atingem as maiores empresas de telefonia e internet, que têm tentado demonstrar que seus usuários estão protegidos.
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Inicialmente, o governo anunciou que o encontro desta terça serviria para tratar dos problemas no site do Obamacare, mas um comunicado divulgado pelas empresas depois da reunião mencionou apenas a questão dos programas de vigilância, dizendo que um apelo foi feito para que a administração democrata se dedique às reformas. O tema sobre os problemas enfrentados pelo site de inscrição do sistema de saúde foram abordados de forma secundária.
Na última semana, oito companhias divulgaram uma carta aberta ao governo e ao Congresso defendendo “mudanças urgentes” nos sistemas de monitoramento para garantir mais transparência, proteger a privacidade dos usuários e submeter a vigilância a uma supervisão independente. O convite para a reunião desta terça teria sido enviado às empresas antes da divulgação desta carta.
Após as revelações de Snowden sobre a amplitude desses programas, Obama ordenou uma revisão. Na sexta-feira (13) o presidente recebeu o relatório do painel independente encarregado dessa revisão, que contém mais de 40 recomendações e será analisado agora por Obama e sua equipe.