O ex-diretor de armamento do Ministério da Defesa grego Andonis Kandas devolveu ao Estado 7 milhões de euros, aproximadamente a metade dos subornos que recebeu durante anos anteriores de empresas estrangeiras.
O vice-ministro grego de Finanças, Jrístos Staikuras, anunciou nesta terça-feira (31/12) que “em uma conta especial do Banco da Grécia foi depositada a quantidade de 7,03 milhões de euros”, que será destinado às “necessidades nos setores de saúde e educação”.
Em declaração, Kandas -responsável de compras no Ministério entre 1996 e 2002- reconheceu na semana passada ter recebido milhões de euros em subornos em troca da aprovação de 12 contratos de armamento. Ele mencionou 17 pessoas, representantes de indústrias de armamento alemãs, russas e francesas na Grécia, de quem disse ter recebido grandes quantidades de dinheiro em várias ocasiões.
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Além disso, envolveu na trama de corrupção o ex-ministro de Defesa Akis Tsojatzópulos, que já cumpre pena de 20 anos por lavagem de dinheiro e evasão fiscal em relação à compra de armamento.
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Durante seu testemunho aos juízes anticorrupção, Kandas também comentou sobre o sucessor de Tsojatzópulos, Yannos Papandoníu, que está sendo investigado por não ter declarado ingressos no valor de vários milhões de euro, o ex-primeiro-ministro conservador Konstantinos Mitsotakis e o falecido líder do partido governamental Nova Democracia Miltiadis Evert.
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Suas declarações conduziram na segunda-feira à detenção do representante da companhia de armamento alemã Krauss-Maffei Wegmann, Dimitris Papajristos, suspeito de ter dado a Kandas 750 mil euros pela compra de canhões PZH2000.
As investigações contra Kandas começaram em setembro a partir de um contrato de modernização das telecomunicações do Exército em 1999, outorgado ao grupo alemão Siemens.
Os juízes averiguaram suas contas bancárias e descobriram que tinha recebido vários depósitos na Suíça e em Cingapura por um valor total de US$ 15,5 milhões.
Uma vez detido por lavagem de dinheiro e evasão fiscal, Kandas decidiu cooperar com os juízes e prometeu devolver ao Estado todo o dinheiro que foi adquirido ilegalmente.
(*) com Agência Efe