Em meio às negociações de paz entre Israel e Palestina, mediadas pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (06/01) que o país não sairá de assentamentos menores que julga “importantes para o povo judeu”.
De acordo com o jornal Haaretz, Netanyahu fez a afirmação durante uma reunião com membros do Knesset, o Parlamento israelense. Segundo a publicação, o primeiro-ministro disse aos parlamentares que “há muito território sem assentamentos”. “Não vamos conceder lugares que outros concederam no passado”, afirmou, citando especificamente Hebron e Beit El – que estão fora dos grandes blocos de assentamentos.
Agência Efe
Não sairemos de assentamentos “importantes” para o povo judeu, afirma Netanyahu
Netanyahu disse também não desejar um estado binacional e que, no momento, “não há solução” para o caso dos assentamentos.
“A razão pela qual estamos tentando chegar a um acordo não é porque estamos negando nossa história, mas porque há dois milhões de palestinos e a pergunta é o que vamos fazer com eles. Há o problema de que os palestinos estão lá, e eu não tenho intenção de removê-los. É impraticável e inapropriado. Eu não quero um estado binacional e eu não os quero como cidadãos [de Israel] ou vítimas. Por outro lado, não quero outro estado iraniano ou outro estado da Al-Qaeda. No momento, não temos solução”, afirmou.
Kerry no Oriente Médio
Após três dias de viagens entre Jerusalém e Ramala, Kerry falou de alguns “progressos” para a obtenção de um acordo histórico que permite que as negociações de paz continuem depois de abril, quando terminará o prazo de nove meses assinado por Israel e pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).
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O secretário também assegurou que todas as questões em disputa estão sobre a mesa, incluindo a demarcação de fronteiras, o futuro dos refugiados e de Jerusalém e os mecanismos de segurança.
De acordo com o jornal Maariv, em sua última reunião com Netanyahu na noite de sábado, Kerry propôs a Israel a formulação da solução ao problema dos refugiados palestinos, a fim de permitir que Abbas reconheça Israel como “Estado judeu”, segundo exigência do primeiro-ministro israelense. Ainda segundo a versão do Maariv, o dirigente israelense se opôs ao retorno de refugiados ao território de Israel.
Ontem, os esforços de Kerry receberam um surpreendente apoio: o do ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, que reconheceu e agradeceu publicamente seus esforços e sustentou que Israel “não terá melhor proposta” para resolver o conflito com os palestinos “que a feita pelos EUA”.
Enquanto isso, na Jordânia, o secretário de Estado pediu às duas partes que evitem acusações mútuas e desqualificações que não contribuam para o processo de negociação. O pedido foi uma resposta às inúmeras declarações dos últimos dias de políticos e assessores de Abbas e Netanyahu.
(*) Com Efe