Tropas norte-americanas no Afeganistão mataram acidentalmente um menino de quatro anos de idade em um tiroteio. Autoridades afegãs afirmaram nesta sexta-feira (10/01) que a “baixa visilidade” confundiu os marines, que tomaram a criança por inimigo e abriram fogo.
“Havia muito pó por causa do mau tempo, o que fez com que os soldados pensassem que fossem um inimigo e disparassem”, indicou Omar Zwak, porta-voz do governador de Helmand, no Afeganistão.
U.S. Army/Flickr/CC
Presentes no país desde 2001, relações entre EUA e Afeganistão se encontram em um momento delicado
Um assessor da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que comanda as ações militares na área, informou que o caso será investigado e serão estudadas medidas para evitar a morte de civis.
Em outro incidente, dois oficiais da Otan e um funcionário civil foram mortos em um acidente aéreo no Afeganistão. Até o momento, não há indícios do envolvimento de rebeldes na queda do helicópetero.
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As relações entre Estados Unidos e Afeganistão se encontram em um momento tenso, depois que o presdiente Hamid Karzai se recusou a assinar um acordo bilateral de segurança que aumentaria a presença de tropas norte-americanas — depois que grande parte do contingente militar internacional havia se retirado do país em 2013.
Para assinar o pacto, entre outras coisas, Karzai quer que os EUA encerrem todo tipo de operação militar unilateral. A maioria delas frequentemente causa morte de civis afegãos.
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72 presos libertados
Também nesta sexta, o Afeganistão anunciou que vai libertar inúmeros presos que estão confinados em Bagram, prisão dirigida pelos EUA.
A agência de inteligência do país considera que 72 dos 88 prisioneiros são inocentes ou pequenos criminosos. Por falta de provas, serão liberados.
Os Estados Unidos se opõem à medida, pois consideram os todos os prisioneiros uma ameaça à segurança de seu país.
“Estes 72 detidos são criminosos perigosos contra os quais existem sólidas evidências que os vinculam a crimes de terrorismo, incluindo o uso de artefatos explosivos improvisados, o maior assassino de civis afegãos”, disse ontem a porta-voz de Departamento do Estado americano, Jen Psaki.
Mais de 600 prisioneiros foram libertados da prisão de Bagram, rebatizada como Parwiz desde que passou às mãos afegãs em março do ano passado.