Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (01/02) em Madri para exigir a retirada da reforma da lei do aborto, que pretende mudar o atual modelo e restringir a prática a casos de estupro e risco de saúde para a mãe.
Segundo a lei atual, as mulheres podem realizar aborto na Espanha até a 14ª semana de gestação. Os manifestantes, convocados pela iniciativa “Trem da liberdade”, pediram também a renúncia do ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón.
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A ideia do protesto partiu de associações de mulheres da comunidade autônoma das Astúrias e contou também com a participação de várias organizações, partidos e sindicatos, que partiram ontem de várias províncias da Espanha para chegar hoje na capital. Além disso, estiveram na manifestação representantes políticos e figuras do cinema. Os presentes no ato carregavam cartazes com palavras de ordem como “decidir nos torna livre”, “aborto legal” e “nós decidimos”.
Agência Efe
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Elena Valenciano, vice-secretária-geral do PSOE -principal partido da oposição- afirmou que mesmo se o Partido Popular (PP) tivesse todas as cadeiras do Congresso e dos Parlamentos regionais, nunca poderia decidir pelas mulheres. “Faz tempo que decidimos ser livres”, disse.
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Já o deputado da Esquerda Unida Gaspar Llamazares também expressou sua rejeição ao projeto de lei, que rotulou de “arcaico” e “medieval. “Trata-se de impor um dogma religioso às mulheres”, afirmou. Para o deputado, no entanto, a reforma “já está derrotada”.
A marcha passou pelo Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, onde vários manifestantes pararam e gritaram palavras contra o governo. Posteriormente, três delegadas das associações asturianas impulsoras da iniciativa, acompanhadas pela porta-voz parlamentar do PSOE, Soraya Rodríguez, entregaram na Câmara dos Deputados um manifesto com o título: “Porque eu decido”.
No texto, as ativistas pedem ao governo que mantenha a lei atual, que estabelece o aborto como um direito da mulher até 14ª semana de gestação.
Por outro lado, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, que participa da Convenção nacional do PP, disse que “não há nada mais progressista na vida do que proteger os mais desfavorecidos”.
Díaz afirmou que o governo já estabeleceu sua posição e lembrou que a reforma da lei do aborto foi submetida à consulta dos órgãos constitucionais, que devem emitir seus relatórios para em seguida a proposta voltar ao Conselho de Ministros.