Após a imprensa colombiana ter revelado a existência de um centro clandestino de espionagem montado por militares, o Ministério da Defesa realizou mudanças na chefia de inteligência das Forças Armadas do país.
De acordo com as denúncias, membros do Exército teriam montado um quartel ilegal de vigilância para acompanhar os passos dos representantes de seu próprio governo nacional nas negociações de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
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Agência Efe
Junto ao ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón (esq.), o presidente da Colômbia falou sobre o escândalo de espionagem ilegal
Segundo revelado pela Revista Semana, o episódio seria uma conspiração de unidades da inteligência do Exército — hostis ao presidente Juan Manuel Santos e seus esforços para negociar com a guerrilha.
O presidente condenou a prática e exigiu uma investigação “profunda” sobre o caso, cuja responsabilidade atribiu a “forças obscuras”. Horas depois, o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, anunciou a “substituição” do chefe de Inteligência do Exército, o general Mauricio Ricardo Zúñiga, e do diretor da Citec (Central de Inteligência Técnica), o general Oscar Zuluaga.
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Após uma prolongada reunião com o procurador-geral do país, Eduardo Montealegre, Pinzón já havia pedido na manhã da última terça-feira (04/02) a abertura de uma “investigação disciplinar” do caso. Um relatório consolidado deve sair até a próxima semana.
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Agência Efe
Vista do local onde supostamente funcionou o centro clandestino de espionagem sob a fachada de um restaurante e cibercafé
De acordo com as denúncias, um capitão que pertence ao batalhão de Inteligência Técnica do Exército dirigiu, desde setembro de 2012, uma central de grampos em um local que funcionava como restaurante e escola de informática para “hackers”. Os supostos espiões interceptavam e-mails, bases de dados e mensagens em programas de telefones celulares.
Entre os alvos, estão ativistas e políticos de esquerda, como a ex-senadora Piedad Córdoba e o representante na Câmara Ivan Cepeda. Também estariam sendo monitorados os representantes do governo nas conversas de paz com as Farc em Cuba: o chefe negociador e ex-vice-presidente Humberto de la Calle, e o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, além do diretor da ACR (Agência Colombiana para a Reintegração), Alejandro Eder.
(*) Com informações da Agência Efe