O ministro de Interior e Justiça da Venezuela, Miguel Rodríguez Torres, informou nesta quarta-feira (19/02) um novo assassinato durante uma manifestação no país. Desde que três pessoas foram mortas ao final de uma marcha opositora em Caracas, há uma semana, o número de mortos em protestos ao redor do país já chega a seis.
Segundo o ministro, a morte se deu no estado de Bolívar, durante uma concentração de trabalhadores e apoiadores do governo, que foram “agredidos a tiros”, deixando um morto e quatro feridos por balas. “Não sabemos ainda exatamente por quem”, disse à emissora Unión Radio, afirmando que os disparos vieram de um prédio.
Agência Efe
Membros da Guarda Bolivariana retiram entulhos após protestos em Valencia, no estado de Carabobo
Sobre a quinta morte, também confirmada hoje, quando faleceu uma miss de 22 anos, após ser atingida no crânio durante um protesto opositor na cidade de Valencia, no estado de Carabobo, nesta terça, afirmou que o caso está em investigação e que tem informação de um detido por uso de armas de fogo nessa concentração.
Torres afirmou que as investigações dos assassinatos na última quarta continuam. Segundo ele, as duas mortes nas redondezas do Ministério Público, ao final de uma grande marcha opositora, foram perpetradas com a mesma arma ou com o mesmo tipo de munição.
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“Há pessoas que estão identificadas, armadas, e há fotografia deles disparando da massa opositora em direção a onde houve a morte desses cavalheiros, havia também gente disparando em direção contrária, e funcionários no meio do problema”, disse, complementando que quando saírem os resultados das perícias, estes serão informados ao país.
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Nova morte
Horas depois das duas mortes nas redondezas do Ministério Público, uma nova execução era registrada, durante protestos no município de Chacao, no distrito metropolitano de Caracas. Na segunda-feira (17/02), um adolescente de 17 anos morreu atropelado durante uma manifestação na cidade de Carúpano, estado de Sucre.
Hoje, um mandado de prisão foi emitido contra um homem de 31 anos, suspeito de atropelar com seu veículo várias pessoas que estavam na concentração. Além do jovem que faleceu, outras cinco pessoas ficaram feridas. Horas depois da emissão da ordem, o suspeito foi detido e colocado à disposição do Ministério Público.
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Também nesta quarta, o governador do estado de Carabobo, Francisco Ameliach, exigiu ao MP que se investiguem os fatos violentos que resultaram na morte da miss em Valencia e deixou pelo menos mais sete feridos ontem. “Devem aparecer tanto os culpados materiais como intelectuais desses fatos”, expressou. Segundo ele, grupos violentos são pagos para gerar desestabilização.
Agência Efe
Imagem de Leopoldo López em protesto desta terça-feira (18/02), antes de ser detido
Opositor preso
Na terça (18/02), Leopoldo López, dirigente opositor acusado pelo presidente Nicolás Maduro de ser autor intelectual da violência nos protestos que deixaram três mortos e dezenas de feridos na última quarta (12/02), se entregou à Justiça durante uma marcha. Um forte panelaço foi escutado na noite desse dia em diferentes pontos de Caracas, assim como protestos foram registrados.
Hoje, apoiadores se concentraram diante do Palácio de Justiça, no centro da cidade, para prestar apoio ao dirigente. Porém, segundo o advogado de defesa do opositor Juan Carlos Gutiérrez, o tribunal decidiu que, para sua segurança, a audiência de apresentação de López à Justiça será realizada na prisão militar de Ramo Verde, onde ele está detido e passou a noite.
Em declarações à imprensa, o advogado afirmou que apresentará “uma série de argumentos para evitar que essa situação se produza em condições irregulares”, já que a declaração de López deve ser realizada em um tribunal, livre de prisão.