De forma inesperada e sem explicar suas motivações, o primeiro-ministro egípcio, Hazem al Beblawi, anunciou nesta segunda-feira (24/02) sua renúncia e a de seu governo. O premiê considerou encerrada a primeira etapa do roteiro estipulado pelos militares para o período transitório. O pedido de demissão deverá abrir caminho para que o marechal Abdel Fattah al Sisi, chefe do Exército egípcio, se declare candidato à presidência do país.
Leia: Deposto da presidência, Yanukovich é procurado por “assassinato em massa” na Ucrânia
Agência Efe (24.dez.2013)
Sem dar explicações sobre a decisão repentina, o premiê Hazem al Beblawi comunicou a renúncia de toda equipe de governo
Em entrevista coletiva na sede do Conselho de Ministros, Beblawi disse que os membros de seu gabinete apresentaram sua renúncia ao presidente interino, Adly Mansour, e acrescentou que não iria divulgar os motivos da decisão. O próprio marechal al Sisi, principal força política do Egito, foi um dos ministros que renunciaram ao governo do país.
Leia também em “Duelos de Opinião”: A primavera árabe foi uma ilusão?
Para Peter Demant, NÃO: Emancipar uma sociedade é tarefa prolongada
Para João Batista Natali, SIM: No Oriente Médio, longo inverno ainda não terminou
Embora fosse esperada, a renúncia pegou a cena política egípcia de surpresa, pois imaginava-se que a demissão ocorresse após ter sido estipulada uma data para as eleições presidenciais.
Segundo o jornal estatal Al Ahram, espera-se que o presidente interino aceite a renúncia do governo e encarregue ao ministro da Habitação, Ibrahim Mehleb, a missão de formar um novo gabinete.
NULL
NULL
“Após o término da primeira etapa do roteiro com a aprovação da Constituição [em janeiro], o Egito deu um grande passo rumo à construção de uma sociedade democrática e aberta”, disse Beblaui. O premiê reconheceu “alguns desequilíbrios” em seu governo, mas considerou que durante seu mandato foram alcançados bons resultados com “honestidade e efetividade”.
Beblaui destacou que os ministros cumpriram com sua responsabilidade e dedicaram “todos seus esforços para tirar o país do estreito túnel dos problemas de segurança, políticos e econômicos”.
O roteiro, que prevê a realização de eleições presidenciais e legislativas, foi costurado pelos militares após a destituição do presidente islamita Mohammed Mursi em julho do ano passado.