O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se reuniu nesta quinta-feira (06/03), mas descardos entre os membros evitaram um acordo sobre o texto de uma declaração política que convocaria chanceleres para analisar a situação na Venezuela. Uma nova tentativa está sendo feita na manhã desta sexta-feira. Caracas teve o apoio de países do Caribe.
O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, destacou que não foi realizada a reunião de chanceleres nem o envio de uma missão da OEA, o que qualificou como “dois objetivos intervencionistas”. “O que está claro é que eles foram bem sucedidos em retardar propósitos intervencionistas dos organizadores deste Conselho”, disse Chaderton, depois de uma maratona de reuniões que começou por volta das 17h30 e terminou na madrugada desta sexta-feira.
O apoio de países da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) e Caricom (Comunidade do Caribe) fez com que sequer fosse contemplada a possibilidade de se convocar os chanceleres da OEA para discutir a resposta conjunta da organização para a crise venezuelana. Também foi impedido o envio de uma missão de observação, duas opções que foram duramente criticadas pelo presidente Maduro durante os atos de homenagem do aniversário de um ano da morte de Hugo Chávez.
O embaixador panamenho Arturo Vallarino afirmou que uma quantidade substancial de países membros consideraram prematura sua solicitação de convocar os chanceleres do continente para analisar a situação na nação sul-americana e preferiram uma declaração proposta pela Bolívia.
Mas o diplomata panamenho indicou que não se chegou a um acordo sobre nenhum dos cinco pontos incluídos no texto boliviano e atribuiu o fracasso ao fato da Venezuela e seus aliados terem rejeitado uma proposta peruana para que o secretário geral da OEA desse continuidade ao diálogo que Maduro iniciou com alguns setores da oposição, no âmbito da conferência de paz. “O que dá conteúdo à resolução é a proposta do Peru de dar seguimento através do secretário-geral, mas eles têm rejeitado”, disse Vallarino.
Unasul
Ontem, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, disse que está em análise a viabilidade de uma reunião com a Unasul [União das Nações Sul-Americanas] para conversar sobre a situação”. Caracas reiterou seu desejo da realização de um encontro entre presidentes do bloco.
García conversou durante cerca de 40 minutos com o presidente Maduro e considerou que o chefe de Estado venezuelano estava tranquilo, com a percepção de que os protestos já diminuíram no país e ocorrem apenas em regiões específicas, com menor intensidade que no início das manifestações, há três semanas.
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