Atualizada às 19h44
Em coletiva realizada no início da tarde desta segunda-feira (10/03), o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) de El Salvador ainda não confirmou o vencedor da eleição presidencial do país. Apesar da vantagem de 6.634 votos do candidato governista Salvador Sánchez Cerén, da FMLN (Frente Farabundo Martí Para Libertação Nacional), sobre o oposicionista Normán Quijano, as atas que precisarão ser revistas representam um número maior de eleitores, o que, matematicamente, pode alterar o resultado final.
O presidente do TSE, Eugenio Chicas, explicou hoje que das 10,4 mil atas eleitorais, apenas 21 apresentaram problemas: 14 delas não foram processáveis pelo sistema de apuração e 7, alvo de denúncias da imprensa e dos partidos locais.
Agência Efe
Sánchez Cerén diz ter certeza que venceu a eleição, mas esperará recontagem de votos
Ao analisar esses números, Chicas defendeu o organismo eleitoral, classificado como “corrupto pela Arena (Aliança Republicana Nacionalista), de Quijano. “Estamos em um evento eleitoral em que todos os atos são verificáveis, o que pode ser feito por quem quiser: atores políticos, imprensa, universidades. Foi uma eleição segura, transparente e legal.”
“Demoramos menos desta vez [do que na última eleição]. Este tribunal cumpriu com a demanda por uma apuração segura e transparente”, acrescentou o presidente do TSE, que ainda invocou o artigo 215 do código eleitoral para justificar a apuração definitiva, que será iniciada hoje e pode durar até 4 dias.
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“Representantes dos dois partidos discutiram 5 horas por um voto dado no exterior. Isso é bom, pois cada voto tem o valor de um cidadão. É preciso enaltecer os funcionários do sistema eleitoral”, disse Chicas.
O TSE também forneceu hoje novos números da apuração preliminar terminada na noite de ontem e que coloca Sánchez Cerén na presidência com a preferência de 50,11% da população. Foram registrados 19.577 votos nulos e 11.532 abstenções.
Poucos minutos depois da coletiva do órgão eleitoral, Sánchez Cerén disse que esperará o posicionamento final do TSE, mas que “tem certeza que a FMLN ganhou”. O atual vice-presidente, que já foi guerrilheiro, fez um chamado ao diálogo “não só com a Arena, mas também com o empresariado do país”.
“O país amanheceu tranquilo e em um ambiente pós-eleitoral. Com estas eleições, o TSE ganhou ainda mais credibilidade e demonstrou ao povo sua total imparcialidade”, analisou o esquerdista.
“Vamos trabalhar com base em nosso programa de governo, construindo uma visão mais abrangente do que os cinco anos de mandato. Queremos que [o programa de governo] seja a rota do país para os próximos 25 anos”, acrescentou Sánchez Cerén.
O candidato da Arena, por sua vez, pediu a recontagem não apenas das atas com dúvidas, mas de todos os 2.981.654 votos envolvidos na eleição. “O TSE foi imparcial e pouco transparente”, acusou Quijano.