O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, publicou nesta quinta-feira (20/03) uma lista de sanções a dez oficiais e legisladores norte-americanos – entre eles, o senador John McCain – em resposta à retaliação dos EUA, segundo o veículo russo RT. Nesta manhã, o vice-chanceler russo, Serguei Riabkov, já havia afirmado que o Kremlin estava estudando medidas para punir Washington.
“Em resposta às sanções impostas pela administração norte-americana em 17 de março contra oficiais russos e deputados da Assembleia Federal como ‘punição’ pelo suporte ao referendo da Crimeia, o Ministério de Relações Exteriores russo anuncia a introdução de sanções recíprocas contra um número similar de oficiais e legisladores norte-americanos”, publicou Lavrov em comunicado em seu site, nesta tarde. “Tratar nosso país dessa forma, tal como Washington trata, é inapropriado e contraproducente”, acrescenta.
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Ministro das Relações Exteriores Russo, Serguei Lavrov publicou comunicado em que anuncia sanções semelhantes aos EUA
A declaração continua: “No entanto, parece que o lado norte-americano continua a acreditar cegamente na eficácia de tais métodos, tirada do arsenal do passado, e não quer enfrentar o óbvio: o povo da Crimeia, de forma democrática em plena conformidade com o direito internacional e os regulamentos da ONU, votou para se juntar à Rússia, que respeita e aceita esta escolha. Você pode gostar essa decisão ou não, mas estamos a falar de uma realidade, que precisa ser levado em consideração”, diz Lavrov.
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Obama amplia sanções
Paralelamente, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje sanções adicionais aos oficiais do governo russo, em resposta à ratificação da câmara baixa do parlamento da Rússia (Duma) do tratado de anexação da Crimeia e da cidade de Sebastopol à Federação Russa.
Efe
Obama voltou a classificar o referendo na Crimeia como violação do direito internacional e aumenta sanções ao Kremlin
“Estamos impondo sanções a funcionários mais altos do governo russo e a uma série de outros indivíduos com recursos substanciais e influência que fornecem apoio material para a liderança russa”, afirmou Obama.
Segundo o líder norte-americano, o referendo realizado no último domingo (16/03) na península é ilegal e as ameaças de Moscou na Ucrânia só elevam a crise na região. De acordo com veículos russos, as medidas de Washington vão impactar nos setores energéticos e na defesa do país.
Duma ratifica tratado de anexação
A Câmara baixa do parlamento russo (Duma) votou pela ratificação do acordo de incorporação da península da Crimeia e da cidade de Sebastopol nesta quinta com 443 deputados a favor e um contra a adesão. A Duma também aprovou, por 445 votos a favor e um contra, a lei constitucional que detalha as condições de aceitação para tornar Crimeia e Sebastopol as entidades números 84 e 85, respectivamente, da Federação Russa.
O período de transição do tratado durará até o dia primeiro de janeiro de 2015, durante o qual Crimeia e Sebastopol devem ser integrados à legislação e à economia russas, assim como ao seu sistema de administração. No tratado, os habitantes da Crimeia adquirem automaticamente cidadania russa, permitindo também manter a cidadania ucraniana na condição de notificarem a decisão no prazo de um mês.
O acordo também contempla a realização de eleições regionais na Crimeia e municipais em Sebastopol em setembro de 2015. Foram estabelecidos três idiomas oficiais no território da península: russo, ucraniano e crimeano-tártaro.
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Duma ratifica hoje anexação: processo jurídico ainda exige assinatura da câmara alta do parlamento e a promulgação de Putin