O presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou nesta sexta-feira (28/03) para Barack Obama, presidente dos EUA, para discutir uma “solução diplomática” em relação à Crimeia. Essa não é a primeira vez que os dois líderes conversam pelo telefone sobre a crise ucraniana. Até agora, as ligações não tiveram resultado.
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Obama, que hoje fez escala na Arábia Saudita após sua viagem pela Europa, pediu a Putin que retire suas tropas das fronteiras com a Ucrânia e não viole “ainda mais a integridade territorial” do país, segundo comunicado da Casa Branca.
Wikicommons e Agência Efe
Os presidentes Vladimir Putin e Barack Obama conversaram por telefone mais uma vez para discutir a crise na Ucrânia
As autoridades norte-americanas também informaram que o telefonema foi feito após uma proposta do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ao ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov. Os dois se reuniram em Haia, na Holanda, nesta semana. O conteúdo da proposta não foi divulgado pela Casa Branca.
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O comunicado também informou que Putin e Obama concordaram que Kerry e Lavrov devem se reunir novamente em breve para “discutir os próximos passos”. Não ficou claro, entretanto, quando esse encontro deve ocorrer.
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O presidente norte-americano declarou que o governo da Ucrânia segue adotando um enfoque sóbrio e de diminuição progressiva das tensões, ao mesmo tempo em que avança com sua reforma constitucional e a organização das próximas eleições democráticas. Obama solicitou à Rússia apoiar este processo e “evitar novas provocações, incluindo a acumulação de forças em sua fronteira com a Ucrânia”.
As relações entre Obama e Putin têm estado tensas desde que 96,7% da população da Crimeia apoiou a anexação à Rússia em referendo. Tanto os Estados Unidos quanto seus aliados não reconhecem a anexação como legítima, sob o argumento de que faltou a autorização de Kiev para a realização da consulta.
Ontem (27), a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução declarando o referendo da Crimeia inválido porque “não foi autorizado” pelo governo da Ucrânia. O texto teve 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções, incluindo a do Brasil.
Nos últimos dias, Obama pediu às nações europeias e seus outros aliados que considerem ampliar as sanções contra a Rússia se a situação na Ucrânia se agravar. O presidente dos EUA também prometeu melhorar a proteção da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aos países membros ao longo da fronteira com a Rússia.