O Egito vai realizar a primeira rodada de sua eleição presidencial nos dias 26 e 27 de maio, anunciou o comitê eleitoral do país neste domingo (30/03). Em conferência de imprensa, a comissão declarou que, se um segundo turno for necessário, ele acontecerá em meados de junho, com resultados previstos para o dia 26 de junho.
Além disso, o comitê eleitoral também acrescentou que a inscrição para a candidatura será aberta a partir de segunda (31/03) e ficará disponível até o dia 20 de abril. Um período de campanha de três semanas está previsto para começar no início de maio.
Na última quarta-feira (26/03), o ex-chefe do Exército Abdel Fattah al Sissi anunciou sua candidatura às eleições presidenciais após deixar as Forças Armadas do país. Responsável por liderar a derrubada do presidente islamita Mohamed Mursi em julho, Sisi é o favorito na disputa e é amplamente esperado para vencer o pleito.
Efe
Marechal al Sisi já era considerado favorito às eleições presidenciais, mesmo antes do anúncio oficial de sua candidatura
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Turbulência
O Egito tem sido abalado por violentos protestos e uma onda de ataques que já mataram 496 pessoas. Na última segunda (24/03), um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana sob acusações de homicídio e outros crimes contra o governo.
O veredicto representou a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo advogados envolvidos no caso, além de contribuir para um aumento na instabilidade do país. “Este é o processo mais rápido e o número de sentenciados à morte é o maior na história do Judiciário”, afirmou um dos advogados de defesa dos líderes da Irmandade Nabil Abdel Salam, à Reuters.
A turbulência no Egito ganhou novas proporções no dia 3 de julho de 2013, quando o Exército realizou um golpe militar contra Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, da Irmandade Muçulmana. Desde então, milhares de seguidores do grupo foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora não a pena de morte não havia sido decretada. Os islâmicos prometeram continuar os protestos.