O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, cancelou nesta terça-feira (01/04) uma viagem programada para Ramallah, na Palestina, e Jerusalém, em Israel, que deveria ocorrer amanhã (02). A decisão foi tomada duas horas depois de o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, ter pedido a adesão da região a 15 entidades internacionais.
De acordo com a agência de notícias Maan, Abbas resolveu recorrer à ONU após o governo israelense se recusar a soltar um grupo de presos palestinos. “Não fazemos isso contra os Estados Unidos, mas é nosso direito. Nós nunca estaremos de acordo a renunciar aos nossos direitos”, declarou o líder.
Agência Efe
John Kerry afirma que negociações de paz entre Israel e Palestina devem continuar até o fim de abril
As negociações com Israel mediadas pelos EUA preveem que a Palestina não recorra a organismos internacionais para ser reconhecida. O propósito da viagem de Kerry a Ramallah e Jerusalém seria fazer com que as tentativas de diálogo se prolongassem até o final deste ano.
Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, na Bélgica, Kerry minimizou uma possível crise nas conversas e observou que admiti-la seria tirar conclusões prematuras sobre os eventos de hoje. Também nesta terça-feira, Israel emitiu 700 novas propostas para unidades habitacionais em Jerusalém Oriental.
“Nós pedimos que ambos os lados mostrem moderação”, afirmou o secretário de Estado. Ele acrescentou que nenhum dos tratados assinados por Abbas tem nada a ver com agências da ONU. “Abbas me deu sua palavra que vai continuar a negociar até o fim de abril”, garantiu.
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De acordo com Kerry, não foi firmado nenhum acordo “relacionado à libertação de nenhum prisioneiro”. O norte-americano declarou que há muitas possibilidades e a decisão cabe às autoridades israelenses. Ele afirmou ainda que os esforços para manter as negociações vão continuar, mas enfatizou que “os dois lados devem tomar as decisões”.
Autoridades israelenses consideraram a atitude de Abbas como uma tentativa de exercer pressão de última hora para que Israel e os Estados Unidos melhorem o lado palestino do acordo para estender as negociações de paz, segundo o jornal Haaretz. Entretanto, o primeiro-ministro israelense ainda deve fazer comentários sobre o assunto.
Uma autoridade palestina que não quis se identificar disse ao periódico israelense que os líderes da Autoridade Palestina concordaram em dar aos Estados Unidos 24 horas para apaziguar a crise evidenciada hoje. Sobre as novas construções em Jerusalém Oriental, o oficial disse que “Israel quer sabotar os esforços de Kerry e acha que os palestinos são fracos demais para tomar uma atitude”.