O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta sexta-feira (04/04) que o governo Obama vai reavaliar o seu papel como mediador do processo de paz no Oriente Médio. A declaração vem após uma série de ações tomadas recentemente por Israel e Palestina que quase levaram o processo ao colapso.
“Esse não é um esforço sem fim, nunca foi. É hora de checar a realidade, e nós pretendemos avaliar com muito cuidado quais serão os próximos passos”, disse Kerry, em visita ao Marrocos, deixando claro que sua paciência está se esgotando. Para o chanceler, há um limite de tempo que os EUA podem despender no processo, já que as duas partes não estariam tomando “medidas construtivas”.
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Agência Efe
“Esse não é um esforço sem fim, nunca foi. É hora de checar a realidade”, disse Kerry, em visita oficial ao Marrocos
Também hoje, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, declarou que Kerry — que retorna aos EUA após uma viagem em princípio de cinco dias à Europa e ao Oriente Médio, e que acabou se ampliando para 13 dias — terá nos próximos dias uma reunião com o presidente americano, Barack Obama, para estudar os passos seguintes.
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Reforçando as palavras do chanceler, o assessor disse que tanto israelenses quanto palestinos devem tomar um tempo para “avaliar a situação” e decidir se querem ou não continuar com as conversas. Apesar dos problemas, o Departamento de Estado ressaltou por sua parte que Washington ainda está na mesa de negociação.
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Libertação de prisioneiros e adesão a organismo internacionais
Forçado a desistir de sua visita a Ramallah e Jerusalém nesta semana, o chanceler norte-americano fez do processo de paz na região uma de suas prioridades nos eu mandato à frente da Secretaria de Estado.
Agência Efe
Em Jerusalém, manifestantes israelenses protestam contra a libertação dos presos palestinos
O atual processo de paz israelense-palestino, que começou há nove meses, parece estagnado após a anulação, por parte de Israel, da promessa de libertação de 26 presos palestinos. A ANP (Autoridade Nacional Palestina), por sua vez, havia decidido solicitar sua adesão a 15 organismos e convênios internacionais.
A libertação dos prisioneiros era considerada essencial para o prosseguimento do diálogo. O governo Obama, inclusive, deu um inédito passo ao considerar, como estímulo a Israel, a possibilidade de libertar o espião norte-americano Jonathan Pollard, condenado à prisão perpétua por vender segredos militares dos EUA a Israel. Desde Ronald Reagan (1981-1989), todos os presidentes norte-americanos rejeitaram a libertação de Pollard.
* Com informações da Agência Efe