O capitão do navio sul-coreano que naufragou na última quarta-feira (16/04) e registra, até agora, 273 desaparecidos, reconheceu neste sábado (19/04) ao ser detido pela Polícia que demorou a evacuação devido às condições adversas do mar e a ausência de embarcações de resgate.
“Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de ser evacuados precipitadamente”, declarou Lee Joon-seok, de 69 anos, para as televisões sul-coreanas após sua detenção.
Agência Efe
Parentes de vítimas fazem vigília em prol dos desaparecidos no naufrágio
Na região, ele afirmou, as águas são frias e apresentam ondas e fortes correntes, por isso que achou que os passageiros passariam “graves apuros” em caso de cair ao mar “inclusive com os coletes salva-vidas”.
Tanto sobreviventes como familiares das vítimas criticaram a decisão do capitão de demorar meia hora para dar a ordem de evacuação após a embarcação começar a virar, ao considerar que esta decisão provocou que muitos dos passageiros ficassem presos e portanto impediu salvar mais vidas.
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Lee enfrenta cinco acusações, incluindo negligência e violação das leis marítimas, e foi detido para evitar que possa fugir ou destruir provas.
O capitão do “Sewol” foi detido esta madrugada junto a outros dois membros da tripulação por abandonar supostamente o navio sem se assegurar que os passageiros ficassem a salvo.
Os outros dois detidos são a terceira oficial, de 26 anos de sobrenome Park, que supostamente pilotava o navio quando ocorreu o acidente, e um timoneiro de 55 anos.
Na hora do afundamento, Lee não estava comandando a cabine, que deixou sob responsabilidade da terceira oficial. Segundo ele, a ausência ocorreu por “razões pessoais”. O capitão não esclareceu, no entanto, a causa do afundamento do navio.
Dias hipóteses são cogitadas: alguns especialistas acreditam que ele fez um giro brusco em vez de mudar de direção de forma gradual, o que conseguiu deslocar os 180 veículos e 1.157 toneladas de carga para um lado e finalmente fazer com que tombasse; cogita-se também que a colisão com uma rocha tenha provocado o afundamento. A embarcação está totalmente afundada.
Segundo os últimos números oficiais, há 273 desaparecidos, que se presume estejam presos dentro do navio com poucas probabilidades de continuar com vida, e 29 mortos confirmados, enquanto 174 pessoas foram resgatadas.