O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi deve começar no dia 9 de maio o serviço de comunitário em um centro para idosos com demências nos arredores de Milão, após ser condenado por sonegação de impostos no dia 15 de abril.
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Berlusconi, ao chegar no Tribunal de Milão para receber sentença de trabalhos comunitários
Aos 78 anos, o líder do partido de centro-direita Forza Italia deve trabalhar quatro horas consecutivas durante pelo menos um dia da semana, informou à AFP Paolo Pigni, diretor da fundação onde Berlusconi cumprirá sentença. Segundo Pigni, o ex-premiê trabalhará no setor especializado em pessoas afetadas pela demência – particularmente o Alzheimer –, sendo responsável por organizar atividades motoras, de leitura, escrita e jogos para os pacientes.
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No início do mês, a imprensa italiana havia anunciado que Berlusconi foi impedido pela Justiça europeia de concorrer às eleições do Parlamento Europeu, marcadas para o mês de maio. Afastado do Senado e proibido de se candidatar por seis anos no âmbito de outro processo judicial, terá também, a partir de agora, seus movimentos limitados: está obrigado a permanecer na Lombardia, região de que Milão é a capital, e necessita de autorização especial para viajar a Roma para trabalho político.
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Entenda o caso
Berlusconi foi considerado culpado por sonegação de impostos em seu conglomerado de comunicação, o Mediaset. A pena de quatro anos de reclusão foi reduzida para apenas um. Pela idade avançada de Berlusconi — que também é dono de emissoras de TV e presidente do clube de futebol Milan — e pela natureza não-violenta de seu crime, a possibilidade real de encarceramento sempre foi baixa.
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Ex-primeiro-ministro da Itália tem um conglomerado de comunicação, o Mediaset e é presidente do clube de futebol Milan
Além disso, os veículos locais também já tinha noticiado que os advogados do ex-premiê pediram ao tribunal que optasse pelo serviço comunitário, a ser feito uma vez por semana em um centro para idosos em Milão, em vez da prisão domiciliar.
No fim de novembro de 2013, o Senado italiano aprovou a cassação de Berlusconi do Parlamento italiano em razão de uma condenação por fraude fiscal. Na ocasião, o plenário alto rejeitou nove propostas apresentadas por senadores fiéis ao líder da direita para não aplicar contra ele a chamada “Lei Severino”, que estabelece a expulsão do Parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão. Ele nega todas as acusações.