O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, conversou por telefone neste sábado (03/05) com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que afirmou que a Rússia deve retirar o apoio oferecido aos separatistas do leste da Ucrânia, que já tomaram conta de prédios governamentais em diversas cidades da Ucrânia e aumentaram a perspectiva de sanções ocidentais adicionais se for comprovada interferência russa nos processos. Na sexta-feira (02), mais de 40 pessoas foram mortas em confrontos na cidade de Odessa e, hoje, o Exército ucraniano entrou em conflito com os manifestantes pró-russos em Kramatorsk.
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Falando sobre a violência que explodiu ontem em Odessa, Kerry disse que é “absolutamente inaceitável” e que “a Rússia, os Estados Unidos, os ucranianos, os europeus, a OSCE, todos nós assumimos a responsabilidade de fazer tudo em nosso poder para reduzir a capacidade de militantes e extremistas que estão armados para realizar essas atividades terroristas e violentas”.
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“Isso deve acabar e todo mundo com alguma influência ou algum partido tem a obrigação de tentar trazer um fim a essa violência”, concluiu o secretário de Estado dos EUA.
Agência Efe
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Lavrov, por sua vez, pediu que os EUA obriguem a Ucrânia a interromper a operação militar lançada no leste do país e a retirar suas tropas da região. “A operação no sudeste da Ucrânia levará o país para um conflito mortal entre irmãos”, disse Lavrov a Kerry, segundo informaram agências de notícias russas. Lavrov ainda acusou Kiev de “declarar guerra a seu próprio povo” e disse que o fim da operação antiterrorista lançada pela Ucrânia no leste e a retirada das tropas devem ser “imediatos”.
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Além disso, Lavrov pediu a Kerry que os EUA usem sua influência para fazer com que Kiev liberte os participantes dos protestos pró-Rússia, conforme a anistia estipulada pelos acordos de Genebra.
O chanceler destacou a importância de se aproveitar ao máximo o potencial mediador da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) para garantir o cumprimento desses acordos, conseguir reduzir a tensão e abrir um diálogo nacional na Ucrânia, em particular sobre a reforma constitucional.
“Ainda há possibilidades, com a condição de que exista presença neste processo de representantes de todas as regiões e de que se reprima os terroristas do [grupo ultranacionalista] Setor Direito que organizaram uma sangrenta carnificina em Odessa”, opinou.
(*) Com informações da Agência Efe e do jornal The Guardian