O que aconteceu em Odessa? Para saber o que provocou o incêndio na Casa dos Sindicatos na cidade, no sul do país, a Câmara Pública da Federação Russa prepara uma investigação, anunciou nesta terça-feira (06/05) um dos membros, Georgiy Fyodorov. De acordo com fontes ucranianas, 38 dos 46 mortos na sexta-feira durante os enfrentamentos violentos foram reconhecidos.
Efe (04/05/2013)
Habitantes de Odessa levam flores para homenagear mortos. De acordo com fontes ucranianas, 38 dos 46 mortosforam identificados
Além disso, desde que aconteceu o incêndio, a polícia recebeu denúncias do desaparecimento de cinco pessoas, das quais duas já foram identificadas entre os corpos trazidos da Casa dos Sindicatos, onde ocorreu o incêndio.
A Ucrânia declarou luto nacional no último fim de semana pela tragédia de Odessa, na qual a maioria dos mortos foram insurgentes pró-russos que tinham ocupado o edifício quando fugiam da polícia, depois dos enfrentamentos na cidade entre manifestantes opostos.
No entanto, testemunhas e ativistas pró-Rússia afirmam que a tragédia de tratou de uma emboscada. Fyodorov disse que uma investigação foi preparada contra Kiev e que pretende submetê-la à corte de direitos humanos da União Europeia. Nela, é exigido que os líderes ucranianos respondam por suas ações e cumplicidade no ataque, assim como outros episódios no leste e sudeste do país.
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Outro ativista membro da Câmara Pública, Maksim Grigoryev, afirmou que “após o massacre de Odessa, as declarações da ONU e da OSCE [Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa] foram muito leves, mas daqui a algum tempo a sobriedade virá, como aconteceu na Guerra da Geórgia em 2008 e as nações ocidentais irão entender que aqueles que estão apoiando são típicos grupos neonazistas”.
Dúvidas
Enquanto isso, meios de comunicação ucranianos duvidam da imparcialidade da investigação do que aconteceu em Odessa e do número de mortos. O portal de notícias ucraniano TSN sugere que o total pode superar as cifras oficiais. Além dos 46 mortos no incêndio, outras 48 pessoas teriam sido declaradas desaparecidas.
O deputado do conselho regional de Odessa Vadim Savenko, citado pela agência RIA Novosti, disse que Kiev deliberadamente silencia informações sobre as vítimas e os detalhes da tragédia. Para ele, até 116 pessoas podem ter morrido. De acordo com Savenko, não deve exitir uma investigação justa. “Nosso governo empreende uma operação de castigo. Por acaso buscará as provas para o tribunal internacional que deve julgar criminosos de guerra?”, perguntou.
Reações
Apesar de as autoridades terem declarado luto de três dias, as reações de alguns partidários do atual governo provocaram comoção. A deputada do partido ultranacionalista Svoboda, Irina Farión, comentou assim em sua página no Facebook que o incêndio no qual dezenas de ativistas “anti-Maidan” morreram carbonizados: “Parabéns, Odessa. Pérola do espírito ucraniano. (…) Que os demônios queimem no inferno”.
“Não acontece nada. Praticamente limpamos a cidade de searatistas”, afirmou Serguéi Petrenko, ex-duretor da versão ucraniana do buscador Yandex, também no Facebook.