Os suíços rejeitaram neste domingo (18/05) em referendo e por uma grande maioria a instauração de um salário mínimo legal de 4 mil francos (cerca de R$ 10 mil) ou 22 francos por hora (cerca de R$ 40), segundo projeções de voto oferecidas pela Televisão Pública Suíça. Além disso, os cidadãos também se mostratam contra a aquisição de 22 aviões de combate tipo Gripen, da Suécia.
De acordo com os resultados oficiais, 76% dos eleitores se pronunciaram contra a instauração do salário e o “Não” venceu em 19 dos 26 cantões do país.
A Confederação Helvética faz parte da minoria de países europeus que não tem uma legislação que regule uma remuneração mínima, como há em 21 dos 28 países da União Europeia -bloco ao qual a Suíça não pertence-, embora a níveis muito inferiores ao proposto no referendo de hoje na Suíça. Se fosse aprovada, esta remuneração mínima seria a mais alta do mundo.
Os salários mais baixos na Suíça correspondem, de maneira geral, às atividades de limpeza, à restauração, à hotelaria, à venda e ao cuidado de pessoas, ocupações nas quais se utiliza amplamente o trabalho a tempo parcial.
Esta modalidade de emprego, muito comum na Suíça, penaliza o trabalhador que recebe proporcionalmente menos do que ganharia em um emprego a tempo completo.
Já com relação à aquisição de 22 aviões de combate tipo Gripen da Suécia, 50,9% dos cidadãos foram contra a medida, segundo resultados oficiais definitivos.
A despesa de 3 bilhões de francos suíços (2,5 bilhões de euros) para a compra desses equipamentos bélicos foi aprovada em setembro pelo Parlamento. O coletivo “Por uma Suíça sem Exército” conseguiu lançar uma iniciativa popular contra.
Esses aviões deveriam substituir os 54 Tiger F-5 que entraram em funcionamento há 30 anos e que o Ministério suíço de Defesa considera obsoletos e incapazes de garantir a segurança do espaço aéreo, por isso que planejava comprar novos modelos.
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Além dos Tiger F-5, a Suíça conta com uma frota de caças supersônicos 32 F-A 18, cujo número é considerado insuficiente, mas que as autoridades acreditavam que podia ser bem complementado pelos 22 Gripen.
No entanto, entre os eleitores, os argumentos econômicos pesaram mais do que as preocupações em matéria de defesa.
Os opositores à compra afirmavam que a Suíça não tem necessidade de gastar tanto dinheiro em uma renovação de equipamento militar que não é prioritária.
Após confirmar o resultado do referendo sobre esta questão, os analistas indicaram que agora as autoridades devem “interpretar” o sentido do “Não” expressado nas urnas começando por saber se foi uma rejeição ao avião sueco, em particular, ou aos novos aviões de combate, em geral.
O Parlamento suíço tem entre suas opções a de lançar um novo processo de aquisição, que poderia levar até dez anos, ou esperar até 2025, quando tenham que renovar os F-A 18, e fazer uma só grande compra. Também existe a alternativa de simplesmente alugar aviões, embora isto seria como tentar esquivar a vontade popular, que na Suíça existe a tradição e a obrigação legal de respeitar.