Explosões próximas ao palácio presidencial do Egito, no leste de Cairo, deixaram nesta segunda-feira (30/06) pelo menos dois policiais mortos e outros três feridos. Embora ainda não haja confirmações, o grupo jihadista Agnad Masr (Soldados do Egito) havia anunciado há alguns dias que atentados seriam cometidos por ocasião do aniversário de um ano dos protestos que conduziram à deposição do então presidente egípcio, Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana.
Agência Efe
Coluna de fumaça se ergue após explosão da segunda bomba próxima ao palácio presidencial, na cidade do Cairo
Segundo o Ministério do Interior, as forças de segurança suspeitaram de dois artefatos colocados em uma esquina próxima ao palácio presidencial. Quando começaram a desativá-los, um dos objetos explodiu. Em seguida, quando vasculhavam a zona em busca de outras bombas, foi registrada a segunda explosão.
As vítimas mortais são o coronel Ahmed el Ashmawy e o oficial Mohammed Lotfy, enquanto entre os feridos há um capitão e um sargento. Os especialistas em explosivos das forças de segurança egípcias trabalham no local, isolado pelo temor de novas explosões e para onde foram transferidas dez ambulâncias, prontas para prestar socorro e assistência médica.
As autoridades não conseguiram evitar estes atentados apesar do grupo Agnad Masr ter emitido um comunicado em 27 de junho pedindo aos civis que não se aproximassem do palácio presidencial porque havia várias bombas. O grupo extremista explicou em sua nota, divulgada em sua rede oficial do Twitter, que colocaram os artefatos dez dias antes em uma zona onde costumam se reunir os “aparatos criminosos”, em alusão à polícia.
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Forças de segurança especialistas em artefatos explosivos vasculham o local e procuram por mais bombas
Agnad Masr, que reivindicou vários atentados perpetrados nos últimos meses, assinalou que anulou a operação nessa data perante a presença de civis — já que seu alvo são as forças de segurança —, mas que não pôde desmantelar as bombas.
Segundo o texto, como a polícia não tinha descoberto as bombas, decidiram avisar os civis sobre a presença de dois artefatos no jardim que se encontra entre as ruas “Al-Ahram” e Al Margany, justo onde ocorreu a explosão de hoje.
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Os extremistas ameaçaram prosseguir seus ataques durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começou ontem e ao qual qualificaram de “mês da vitória e da jihad”.
Este tipo de atentado aumentou no Egito desde que o Exército depôs Mursi em 3 de julho, e têm como principal alvo as forças de segurança. As autoridades egípcias acusaram muitos deles de pertencer à Irmandade Muçulmana, declarado grupo terrorista em dezembro, embora o movimento tenha sempre declarado não possuir vínculos com os atos violentos.
Nessa linha, o Ministério do Interior assegurou hoje que vai “seguir a guerra contra o terrorismo da Irmandade Muçulmana até erradicá-la totalmente desde suas raízes”.
Há dois dias, quatro soldados da Segurança Central (antidistúrbios) morreram em um ataque armado nas proximidades da cidade de Rafah, na Península do Sinai.
Nesse mesmo dia, uma mulher e sua filha faleceram pela explosão de uma bomba em uma central telefônica em construção perto do Cairo, enquanto na quarta-feira passada quatro artefatos explodiram no metrô da capital deixando vários feridos.
(*) Com informações da Agência Efe