O Hamas rejeitou a proposta do Egito para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, confirmou um porta-voz do grupo nesta quarta-feira (16/08). Os últimos dados das fontes médicas do território palestino apontam que os nove dias de conflito já deixaram pelo menos 208 mortos e 1.500 feridos – em sua maioria, civis.
Shareef Sarhan/UNRWA
População civil não envolvida no conflito em Gaza não tem a possibilidade de abandonar totalmente as zonas de combate
“O resultado das discussões dentro das instituições internas do movimento foi o de negar a proposta e, então, o Hamas informou ao Egito na noite de ontem que pede desculpas por não aceitar a proposta”, disse o porta-voz Sami Abu Zuhri à Reuters.
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Na semana passada, o vizinho Egito decidiu reabrir provisoriamente a passagem fronteiriça de Rafah para evacuar da Faixa de Gaza os palestinos feridos na atual ofensiva israelense. No dia anterior, o Ministério das Relações Exteriores do Egito declarou que pediu que Israel e Hamas parem com o conflito.
Após ter fracassado a tentativa desse cessar-fogo, Israel emitiu na terça-feira (15/07) novo comunicado solicitando que 100 mil palestinos do norte de Gaza deixem suas casas diante da possibilidade de novos bombardeios na região. Contudo, nem os líderes do Hamas nem de outros grupos palestinos se pronunciaram sobre o novo pedido de evacuação.
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“Estávamos preparados para resolver isto pela via diplomática, mas o Hamas não nos deixou opção. Quem causa danos em Israel também resulta ferido”, lamentou ontem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Ao contrário de outros conflitos bélicos na região, como na Síria e Iraque, a população civil não envolvida no conflito armado em Gaza não tem a possibilidade de abandonar totalmente as zonas de combate ou ir para lugares seguros e habilitados para deslocados e refugiados. Isso ocorre porque o enclave tem suas duas únicas saídas ao mundo, por Israel e Egito, bloqueadas e limitadas exclusivamente a casos humanitários.
Ainda ontem morreu o primeiro civil israelense. A vítima, um homem de 37 anos de idade que atuava como voluntário levando suprimentos aos soldados israelenses, foi atingida por um morteiro lançado pelo braço armado do Hamas e não resistiu aos ferimentos.