O secretário de Estado americano, John Kerry, se comprometeu nesta terça-feira (22/07) no Cairo, capital do Egito, a continuar a mediação até alcançar um cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza, antes de sua reunião com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi.
Na sede da organização pan-árabe no Cairo, Kerry e Al Arabi analisaram o plano apresentado pelo Egito na semana passada de cessação das hostilidades. Kerry, que chegou ontem à noite ao Cairo, pretende pressionar para que esta iniciativa seja aplicada.
Agência Efe
John Kerry (segundo à direita) em reunião com representantes da Liga Árabe nesta terça-feira no Cairo, capital do Egito.
Já Arabi disse aos jornalistas ter esperança que as visitas de Kerry e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Egito promovam um cessar-fogo. Para ele, a última resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza é insuficiente para frear a violência e agradeceu aos Estados Unidos pela ajuda humanitária de US$ 47 milhões para os palestinos da Faixa.
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Antes da reunião com Arabi, o chefe da diplomacia americana se reuniu com seu colega egípcio, Sameh Shukri, também para analisar a situação em Gaza, onde em duas semanas de ofensiva israelense morreram mais de 580 palestinos e 27 soldados israelenses.
Kerry se reunirá nas próximas horas com o presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, e depois dará uma entrevista coletiva, segundo a presidência egípcia. Espera-se a visita ao Egito do dirigente do movimento palestino Fatah, Azam ao Ahmed, que se reunirá com Shukri e diplomatas egípcios.
Ataque a jornalistas
Um avião de combate israelense bombardeou nesta terça-feira, sem causar vítimas, o último andar de uma torre no centro de Gaza, onde fica a sede da televisão catariana Al Jazeera e os escritórios da agência de notícias americana AP.
“Nos disseram que foi um erro, mas que de qualquer maneira era melhor que não voltássemos a nos aproximar”, explicou à Agência Efe um dos jornalistas que estavam sentados na frente do edifício, protegidos com capacetes e coletes a prova de bala.
O exército israelense bombardeia há 15 dias por terra, mar e ar, e sem pausa, Gaza, onde já morreram mais de 580 palestinos – entre eles um jornalista local – e feriu mais de 3.300 pessoas, a maioria civis.
Além disso, cerca de 300 imóveis civis e casas particulares, dois hospitais e pelo menos uma mesquita foram bombardeados, apesar das exigências da lei humanitária internacional sobre a proteção de civis em pontos de conflito.
Ontem à noite, foi totalmente destruída a mesquita dos Mártires de al-Aqsa, construída no centro de Gaza após a segunda intifada, poucas horas antes de os fiéis se dirigirem a ela para a primeira reza do dia.
(*) Com informações da Agência Efe