A Ucrânia afirmou nesta terça-feira (22/07) que suas tropas no leste do país estão sendo alvo de fogo de artilharia vinda do território da Rússia, ações militares qualificadas de “agressão contra o Estado” ucraniano.
“Nossas tropas são atacadas a partir do território da Rússia. Hoje podemos dizer que [o presidente russo, Vladimir] Putin não para. A Rússia continua dando armas aos guerrilheiros e enviando mercenários” para o leste da Ucrânia, disse o chefe do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano, Andrei Parubi.
Agência Efe
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, durante reunião em Kiev, capital do país, na semana passada.
Segundo Kiev, só nas últimas 24 horas foram realizados, a partir do território russo, mais de 40 disparos de morteiro e também com lança-mísseis de boca múltiplos “Grad” (Granizo) contra a fronteira ucraniana na cidade de Luganskaya, na região de Lugansk.
Como resposta, a Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia aprovou hoje um decreto do presidente, Petro Poroshenko, de “mobilização parcial” de reservistas diante das ameaças à integridade e à independência do país. A decisão recebeu os votos de 236 legisladores, seis a mais do que os necessários para a aprovação.
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A medida permitirá à Ucrânia contar com 15 unidades de combate adicionais e outras 44 de apoio, disse o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional ao apresentar o decreto presidencial aos deputados. “Além disso, a mobilização possibilitará efetuar uma rotação, ainda que parcial, dos soldados que desde o começo das operações militares estão no front”, acrescentou.
Parubi se referia aos soldados que participam das ações contra as milícias separatistas pró-russas nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. Segundo o decreto presidencial, a mobilização parcial acontecerá dentro dos próximos 45 dias em todas as regiões do país.
Poroshenko assinalou que a mobilização parcial obedece também à “concentração de agrupamentos militares de grande potencial ofensivo no território da Rússia junto às fronteiras da Ucrânia, à ameaça de um ataque”.
Kiev também denunciou uma nova concentração de tropas e blindados russos ao longo de praticamente toda a fronteira compartilhada entre os dois países, incluída a península da Crimeia, anexada por Moscou no último mês de março. Segundo Parubi, mais de 40 mil soldados russos e 500 veículos blindados, entre eles 150 tanques, se concentram na fronteira com a Ucrânia.
(*) Com informações da Agência Efe